MIL ESTRELAS
A derramar, lácteo, na minha vida
O teu corpo de estrelas, branco
Eu, abissal, que rolo aos trancos,
Fugi de ti, que em mim persistes
Talvez, por força dos destinos
Andáramos procurando a ermo
Na vida a razão de sermos
Seres metafóricos, telúricos ou divinos.
Surpreendi-me, confesso-te, com teu furor
Eu que sempre te achara sem cor.
Não estava preparada para suportar
A explosão de estrelas multicoloridas
De quem insiste em me trazer à vida
No afã, primitivo, de me arrostar.
Jd. Sideral, 08/04/2008 – 01h45minh