Soneto do cotidiano - III
Domingo novamente. Exaustão.
Vejo o horror, da janela descuidada.
Segunda-feira se aproxima e fada
A pena do pecado sem perdão.
Não quero sair deste rés-do-chão.
Aqui, aos pés do mundo, não há nada
Que me falte. Aqui, neste alçapão,
Ideio; não está a índole domada.
Não cante, por favor, galo de pilha!
Ela estava a ponto de beijar-me...
Não brilhe, ó sol! que a lua não me humilha...
E se eu sumir, não venha procurar-me.
Deixe-me aqui, onde sou Eu a própria trilha,
Não outra vítima desse falso alarme.