QUASE DOR (soneto)

Quase Dor

Lílian Maial

Quase vejo essa dor em teus olhos,

Que não sabem do medo e da hora.

Em teus braços te entendo e desfolho,

Cada pétala-riso de aurora.

Essa dor que o teu peito renega,

Me embriaga de amor feito vinho.

Protegido, o menino se entrega,

Pra depois se ocultar no caminho.

Curaria essa dor em dois tempos,

Partilhando os segredos no vento,

Em mistérios de doce langor.

Me devolve essa dor pelos poros,

Me carrega contigo, eu imploro,

Cicatriza essa chaga de amor!

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