Soneto da janela

Cedo te vi quando puseste o olhos

Na janela afeita de teu costume

Esta manhã quando trouxeste graça.

Vi, porque quis ver e como quem quer

Fazer cartas pra si, toda manhã

Feito um bom dia ardo, revejo à mesma

Em seu penhor mais seguro, em seus ares

Mais arrebatados e o ego na brisa.

Porque tua face entre o mundo e a janela

É o entre do pleno entre o não dizer.

Mas bom dia, eu faço os cumprimentos;

Escrevo à janela quando te vejo,

Sempre mais mulher e pra cada dia,

Todas as auroras a mesma carta.

25-9-007