ESCOLTA
Lílian Maial


Mandaste batedores como aviso,
Talvez, quem sabe, arautos da paixão,
Que trazem sempre, e em primeira mão,
Teu cheiro e teu prazer, que eu exorciso.

Teus dedos são parceiros que anarquiso,
E uso em despudor, devassidão.
E anseio, feito louca, pela mão,
Que esmaga o meu desejo mais narciso.

Pois saibas que também tenho meus meios,
E envio, como escolta, meus dois seios,
De prova do que tenho a oferecer.

Se queres conhecer-me por inteira,
Marchar sobre o meu corpo sem trincheira,
Primeiro hás que fazer por merecer...

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