Soneto de Solidão

Ando tão assim no breu,

que no vácuo do ócio me dou;

entrego-me ao tempo e a dor

que nas ilusões alteram meu eu.

A flor da pele, pêlo teu...

leva o cheiro do corpo que amou.

Mas na brisa, o perfume que exalou,

trouxe a lembrança do amor meu.

Ai, ai... que distante assim se faz

o amor que tu insistes em deixar pra trás

pois a escuridão é o refúgio do covarde...

Estes, pois, não ama e não amarás

já sangrou em lágrimas por demais...

agora teme encarar a vil verdade.