O meu amor
O meu amor, o teu, reverencia,
qual um vassalo faz ao seu senhor,
pois é tão dependente desse amor,
como o poeta é da poesia.
O meu amor é mais do que devia
e muito menos que pretende ser,
pois é maior que o medo de perder,
do teu amor, a terna senhoria.
O meu amor sucumbe aos beijos teus
do jeito que a saudade ao adeus
e o adeus sucumbe à despedida.
O meu amor é teu amor despido,
que sangra sob a flecha do cupido
por não cicatrizar sua ferida.