O começo da busca
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Poesia on Line. Mote de 30.04.2008:
"O Começo da Busca"
"O canto / nasce do sangue do coração noturno / os pássaros passeiam / por entre gatos fosforescentes. (...) Cada olhar é uma árvore que navega em um rio / uma árvore que cresce em palavras líquidas / até que transborde o céu adormecido" (Aldo Pellegrini, Argentina, 1903-1973)
O começo da busca
Maria Quitéria
Planto-me entre os jardins tão entorpecidos,
nas gotas úmidas que o céu cinza derrama,
na paisagem dos orvalhos em gotas colhidos,
na terra farta e mãe de onde nasce a grama.
Planto-me onde os homens fazem sua cria,
onde a seiva brota doce do centro do ocaso,
onde a natureza seu manto verde mais fia,
onde o meu olho fundo deságua mais raso.
Planto-me enquanto minha alma sai e vaga
no balanço leve do trigo em seus madrigais
e a vida segue o passo urgente de sua saga.
Vôo pelas escarpas do ribeirinho que escorre
ainda que fincada em todas as raízes vicinais,
sou mais etérea do que a névoa que morre...
Sampa, 30.04.2008 11:00hs
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