CEGO, SURDO E MUDO
Lílian Maial


O amor é cego, com certeza, eu sei!
E da cegueira faz o seu escudo.
Se, ao menos, enxergasse o quanto amei,
Amava o meu amor bem mais que tudo.

Não posso afiançar que seja lei,
Talvez não seja cego, apenas mudo,
Que cala o próprio peito – nobre rei,
Que lacra o coração – doce veludo!

Quem sabe ele não seja um tanto surdo,
E não consiga ouvir esse absurdo,
Que o meu amor insiste em sussurrar.

E, assim, repito, aos raios da alvorada,
Que o amor é cego, é surdo e sabe nada,
Tem que aprender lições do que é amar!

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