Soneto d'Ela

Ela anda de lágrima em lágrima

Amo-a, não... Ela quer alguém,

e eu vago, tão solitário também...

dois amores, amor é fantasma...

Coisa de poeta em soneto assim:

a noite sobre nós, nada que o frio mate.

Mas o nó em nossa vida, amor, desate

ama-me, ama-me... Ela ama até o fim!

À noite passa e Apolo surge na viga

o coração quer amor e por isso briga...

Lábios e lábios, beijos ardentes...

Não! Ela é a perdição ou sonho, me diz!

Diz-me, eu estou dormindo ou feliz?

quem sabe, morri, sob as noites quentes!