Complexo de culpa
—Sua cadela, puta, sem-vergonha!
Gritava o marido tresloucado.
Fora traído, pobre do coitado!
Daí, sua revolta ser tamanha...
—Mulher safada, vil, sua piranha!
Grunia o pobre diabo indignado.
Pulou da cama meio atordoado
como se o cão mordesse a sua banha.
Sua mulher, assim... indignada...
finge que, de verdade, fez nada,
sussura, ao pé do ouvido, em segredo:
—Dorme, querido, já é madrugada!
Jamais esqueças, sou a tua amada!
Foi só um sonho, só um pesadelo!
—Sua cadela, puta, sem-vergonha!
Gritava o marido tresloucado.
Fora traído, pobre do coitado!
Daí, sua revolta ser tamanha...
—Mulher safada, vil, sua piranha!
Grunia o pobre diabo indignado.
Pulou da cama meio atordoado
como se o cão mordesse a sua banha.
Sua mulher, assim... indignada...
finge que, de verdade, fez nada,
sussura, ao pé do ouvido, em segredo:
—Dorme, querido, já é madrugada!
Jamais esqueças, sou a tua amada!
Foi só um sonho, só um pesadelo!