O Mar

(Meu primeiro soneto "Alexandrino")

Me disseram que o mar só carrega os valentes

pois é feito de impulso e de marchas eternas,

e falaram que o mar tem batalhas latentes

de fantasmas, marés, e correntes e feras.

Corajosos se vão, com pisar prepotentes

desrespeitam o mar más o mar se apodera,

leva amores, e os filhos de mães impotentes.

E dissolve os anéis, das alianças se impera.

Más fantasmas jamais vão largar o passado

permanecem na praia, tão esperando os perdidos.

Que partiram outrora e ficaram por lá.

Vão ficar a ver navios, vão ficar afogados

em tormentos que são, por sonhar iludidos

com a volta dos idos que nem vão voltar!