É cada FIGURA (de linguagem) que me aparece...TOME LÁ MAIS 4 DELAS !

Prosseguindo, hoje veremos mais 4 figuras

de linguagem - começadas por "c" e "d" (não há nenhuma delas ini-

ciada por "b") : CATACRESE, COMPARAÇÃO, DIÁCOPE e DISFEMISMO

(sobre esta última, apenas uma breve revisão, visto que, num dos

encontros anteriores, falamos sobre ela).

CATACRESE.

Em virtude de, no dicionário (acreditem!) NÃO

haver uma palavra específica para indicar determinadas coisas, seres

ou situações, SÃO UTILIZADAS, POR EMPRÉSTIMO, PALAVRAS JÁ EXISTENTES, COM SENTIDO ADAPTADO PARA ESSA SITUAÇÃO (e a

"catacrese" é exatamente isto : uso de palavras adaptadas para pre-

encher a inexistência de uma palavra apropriada).

OBSERVE :

"ORELHA" : esta palavra designa uma deter-

minada parte do corpo.

Ex. : Devemos fazer a higiene adequada da (s) ORELHA

(s) diariamente.

Observe, agora, o uso adaptado desta mes-

ma palavra numa outra situação :

"O menino adora fazer ORELHA nas páginas do livro".

(Neste contexto, a palavra ORELHA já não

mais se refere a uma determinada parte do

corpo.

A bem da verdade, a catacrese é uma es-

pécie de METONÍMIA - outro tipo de figura

de linguagem que veremos mais adiante).

COMPARAÇÃO :

Como o próprio termo já antecipa, a COM-

PARAÇÃO tem por objetivo COMPARAR UMA COISA COM OUTRA, COM

O USO O B R I G A T Ó R I O DE PALAVRAS QUE INDICAM COMPARA-

ÇÃO (São palavras que indicam comparação : igual a, que nem, tal

qual).

Ex.: Você é COMO o sol em minha vida.

(o que está sendo comparado com o quê,

nesta frase?

"você" está sendo comparado ao "sol" (por-

que ambos - você e sol - representam

"brilho" ou "calor" para a minha vida))

(Quando na comparação feita NÃO há em-

prego dessas três palavras que indicam

comparação, dizemos que a figura de lin-

guagem empregada foi a METÁFORA - que

também veremos mais adiante -.

Tomemos por base o exemplo empregado

na COMPARAÇÃO para transformá-lo em

METÁFORA :

"Você é o sol em minha vida" (metáfora)

(Note que, nesta frase, continua havendo

a comparação entre "você" e "sol", MES-

MO SEM O EMPREGO DE UMA DAS PALA-

VRAS QUE INDICAM COMPARAÇÃO, mas

é como se a expressão "igual a", de com-

paração, estivesse oculta depois da pala-

vra "é")

DIÁCOPE :

Consiste na REPETIÇÃO DE UMA PALAVRA

NA MESMA FRASE DE UM PARÁGRAFO, imediatamente após o emprego

da primeira das duas.

Veja :

"PARIS, a iluminada PARIS, é o sonho de consumo de to-

do turista esclarecido".

(Neste exemplo particular, a expressão

"a iluminada PARIS" corresponde a um

APOSTO, por estar entre vírgulas, repre-

sentar uma informação adicional e supér-

flua e, por isso, por haver a possibilidade

de ser retirada da frase sem alterar o

seu sentido).

(NÃO CONFUNDIR "DIÁCOPE" COM "ANÁFORA", uma vez

que os dois termos indicam REPETIÇÃO. Porém, há o

detalhe IMPORTANTE de que, na ANÁFORA, a palavra

repetida ESTÁ NO INÍCIO DE CADA FRASE DE UM PARÁ-

GRAFO e não, dentro da mesma frase.

Relembrando um exemplo de ANÁFORA :

"Minha professora é jovem. Minha professora é calma.

Minha professora é inteligente"... (repare que "minha

professora inicia CADA UMA DAS FRASES que formam

este parágrafo).

DISFEMISMO :

Conforme já adiantado no primeiro pa-

rágrafo, sobre DISFEMISMO apenas recapitularemos superficialmente,

visto que, num dos encontros anteriores nesta nossa coluna, já abor-

damos sobre ele.

DISFEMISMO é o a figura de linguagem

que, AO CONTRÁRIO DO EUFEMISMO, tem por finalidade, OFENDER,

criticar asperamente, ironizar.

Ex.: Pô, cara, tu "tá" UM CACO de gen-

te.

(Por "um caco" entenda-se um res-

to, um trapo humano, e outras

coisas desse tipo).

Amanhã "tem" mais...

pedralis
Enviado por pedralis em 09/07/2008
Código do texto: T1071955
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