Essa mania do brasileiro de reduzir as palavras...

Não é sem razão a enorme dificuldade que

o estrangeiro em geral sente para assimilar a língua portuguesa : U-

ma gíria, uma frase idiomática, etc., que estão em voga em determi-

nado momento, dentro de pouco tempo já estão ultrapassados...

Ao lado disso, há a citada mania do brasi-

leiro de, POR DETESTAR FALAR UMA PALAVRA PROPAROXÍTONA -

"porque DEMORA para ser pronunciada -, reduzir, sempre que pos-

sível, qualquer palavra, principalmente, as proparoxítonas.

Tente concentrar-se na forma como o

brasileiro fala, por exemplo, a palavra "fósforo"...Nem morto ele a

pronuncia como proparoxítona. Transforma-a, então, por ser mais

simples, numa palavra paroxítona, aí formando "fosco" (=fósco) ,

em frases do tipo "amigo, 'cê tem FOSCO aí pr'á me emprestar"?

Reduções do tipo "tô", "tá", "né", de tão

consagradas, nem merecem registro.

Temos, no rol dessas "reduções", verda-

deiras obras-primas, tais como :

- "vombora"? (ou simplesmente) / 'bora"? = vamos embora ?

- "vixe"! = virgem Maria !

- "oxente"/ "ôxe" = poxa, gente !

A exemplo de 'bora, um outro que é bas-

tante interessante é a expressão "sacomé". Você, caro leitor, sabe

a que palavras se refere essa redução? Veja se descobre pelo exem-

plo a seguir :

"Pai, descola uma graninha aí. A mina vai que-

rer um sorvete, SACOMÉ?"

"Traduzindo" para o Português inteligível :

"Pai, arranje um dinheirinho aí. A menina (=na-

morada) vai querer um sorve, SABE COMO É ?" (de "sabe" foi retira-

do "sa"; de "como" foi retirado "com"; o "é" foi o único que se mante-

ve de pé.

Esse assunto está tão arraigado na cultura

brasileira que, recentemente, até o nosso (DESASTRADO) Presiden-

te, num momento de (inoportuna) descontração, dirigindo-se a

um dos jornalistas - a respeito da crise internacional em curso - usou

uma redução INDECOROSA de palavras, pensando que, assim, o im-

pacto negativo do termo (não condizente com o cargo que ele ocupa)

seria menor : (parece que teria sido esta a frase) "Estão pensando

que, com essa crise, o presidente - estava se referindo a si próprio - vai "sifu"...

Parodiando o "Boca-do-Inferno" com relação à

Bahia : "Brasil, triste Brasil..."

pedralis
Enviado por pedralis em 30/12/2008
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