Poesia Subliminar: surge um novo poema
Carlos Alberto Fiore, jornalista, músico, escritor, criou um tipo de texto que consiste em criar um texto minimalista (poetrix, frase, trova, quadra ou outro texto pequeno), e com ele construir um novo poema. O processo é o seguinte: cada verso do novo poema começa com uma palavra (às vezes, duas palavras, porque há expressões inseparáveis, deixando-se, então, agir o bem senso) do texto minimalista, como se fosse um acróstico, só que de palavras.
A este tipo de poema seu criador chamou de “poesia subliminar”.
A princípio tanto o texto minimalista como a poesia subliminar seriam do mesmo autor. Mas este tipo de texto adaptou-se muito bem para ser compartilhado: de um texto minimalista de um poeta, outro cria a poesia subliminar. Há que ressaltar que os escritores que têm escrito este tipo de poema adaptaram-se melhor com o poetrix (texto minimalista).
Seguem dois exemplos.
Na noite...
Águas desconhecidas...
Caravela perdida,
À deriva na vida.
Mardilê Friedrich Fabre
Na noite... Pesadelos
Águas turvas, pesadas...
Desconhecidas imagens... Como
Caravela balança na cama
Perdida como no mar.
À deriva e em meio às ondas
Na noite escura da
Vida, sonhos e pesadelos soçobram.
Mardilê Fabre / Fiore Carlos
Voz da paixão
Quem dera
Que escutasse as palavras
Que meu olhar tenta gritar.
Marcelo Bancalero
Voz da paixão, ouve-me!
Quem me partira o coração de dor
Dera um passo para ser ator...
Que encene sua torpe peça.
Escutasse meus versos, mudaria depressa.
As vestes escondem da índole o negrume.
Palavras proferidas provocam ardume.
Que triste sina desejar-te tanto assim!
Meu destino em mãos carmesim.
Olhar-te e aprisionar-me a ti...
Tenta em vão minha voz falar,
Gritar o que meu espírito parece divisar...
Marcelo Bancalero / Mardilê Friedrich Fabre