LITERATURA DE INFORMAÇÃO

A Literatura de Informação é um seguimento do Quinhentismo, que é a denominação das manifestações literárias ocorridas em território brasileiro durante o século XVI. Neste período, o Quinhentismo, se divide em duas. A primeira, literatura informativa, de caráter documental, sem valor literário, pois apresenta como objetivo informar sobre a nova terra, habitantes, costumes, e principalmente, riquezas que pudessem ser exploradas, tendo como exemplo as cartas de Pero Vaz de Caminha, com o olhar do estrangeiro, visão de mundo na ótica do outro, (seríamos, então, apenas “objeto” exótico). A segunda, a Literatura Jesuítica para catequizar os índios, como exemplo temos José de Anchieta com sua religiosa e poética e Padre Antônio Vieira com seus sermões, aplica a retórica jesuítica para trabalhar idéias e conceitos. Considera-se, porem que Antônio Vieira foi um dos fundadores da estilística lusófona, responsável pelas primeiras prosas poéticas, portanto de cunho artístico e literário, no Brasil. Era visto como fundador da língua portuguesa, junto com Camões, pelo poeta Fernando Pessoa.´

Foi dividida em três classes:

Prosa , Poesia e Teatro

BARROCO

O período Barroco, sucedeu o Renascimento, do final do século XVI ao final do século XVII, estendendo-se a todas as manifestações culturais e artísticas européias e latino-americanas. O poema épico Prosopopéia, de Bento Teixeira, publicado em 1601 é considerado o início do Barroco na Literatura Brasileira.

Principais autores: Gregório de Matos, Bento Teixeira, Padre Antonio Vieira

ARCADISMO

Desenvolve-se no Brasil com o arcadismo a primeira produção literária adaptada à vida do país, já que os temas estão ligados à paisagem local. Surgem vários autores do gênero em Minas Gerais, centro de riqueza na época. Embora eles não cheguem a criar um grupo nos moldes das arcádias, constituem a primeira geração literária brasileira.

Autores: Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama, Frei Santa Rita Durão, Cláudio Manuel da Costa

ROMANTISMO

A literatura romântica inicia-se oficialmente no Brasil em 1836 com a publicação na França da Nictheroy - revista brasiliense, por Gonçalves de Magalhães. Este lança no mesmo ano a obra Suspiros poéticos e saudades. O romantismo inicia-se no Brasil, portanto, já distante das primeiras experiências européias, em um momento em que o movimento começará a entrar em decadência neste continente.

Didaticamente divide-se a produção literária romântica brasileira em três gerações, que coincidem com as existentes em outros países:

1ª Geração: Indianista - o tema do bom selvagem (como é abordado o índio).

Autores: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias

2ª Geração:

Também conhecida como Ultra-Romantismo. Mal do século, boemia e cheia de vícios. Seus escritores foram influenciados pelo escritor inglês Lord Byron.

Autores: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire

3ª Geração: Condoreira - preocupação social, já uma transição para o Realismo. Seus escritores foram muito influenciados pelo escritor francês Victor Hugo.

Autores: Castro Alves,Tobias Barreto.

A prosa romântica brasileira é uma reprodução dos temas primordiais deste período: o indivíduo e a tradição. Assim como ocorrera no resto do mundo, o romance foi, a partir do Romantismo, um excelente índice dos interesses da sociedade culta e semiculta do Ocidente. No Brasil a obra A Moreninha (1844), de Joaquim Manuel de Macedo, é considerado o primeiro romance nacional, e inaugura o romantismo. Quem mais se destacaria nesse período é José de Alencar. O escritor trabalharia com os três tipos de ficção histórica dos românticos: passadista e colonial (O Guarani), a indianista (Iracema), a regionalista (O Gaúcho), além dos apaixonados e individualistas Cinco Minutos e A Viuvinha.

Principais autores: Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar, Bernardo Guimarães, a primeira fase de Machado de Assis

REALISMO

A partir da extinção do tráfico negreiro, em 1850, acelera-se a decadência da economia açucareira no Brasil e o país experimenta sua primeira crise depois da Independência. O contexto social que daí se origina, aliado a leitura de mestres realistas europeus como Stendhal, Balzac, Dickens e Victor Hugo, propiciarão o surgimento do Realismo no Brasil. Assim, em 1881 Aluísio Azevedo publica "O Mulato" (primeiro romance naturalista brasileiro) e Machado de Assis publica "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (primeiro romance realista do Brasil). O realismo procura utilizar a palavra como força política, e através da descrição denuncia as desigualdades e desmandos de sua época.

Principais autores: Machado de Assis, Manuel Antônio de Almeida e visconde de launay.

NATURALISMO

Como no Brasil os períodos literários chegam com algum atraso em relação a Europa, o Naturalismo desembarca no mesmo ano que o Realismo, ainda que seja uma evolução (ou seqüência) deste. No Naturalismo se salienta a hereditariedade, o determinismo, a influência dos ambientes e da educação, o fatalismo; sua relação com o Realismo são as propostas anti-romântica e antiidealista. A ótica naturalista capta de preferência a mediocridade da rotina, os sestros e mesmo as taras do indivíduo, uma opção contrária dos românticos.

Principais autores: Aluízio Azevedo, Raul Pompéia.

PARNASIANISMO E SIMBOLISMO

A virada de século, do esgotamento do Naturalismo à Semana de arte moderna de 1922, conheceu o surgimento de duas correntes formalistas importantes que pregam a arte pela arte (em oposição ao Realismo), mas impõe regras formais rígidas (e nesse sentido serão superados pelo Realismo). Na prosa, essa corrente formalista e vernacular é representada por Rui Barbosa e Coelho Neto.

Os dois movimentos formalistas importantes que chegam ao Brasil são o simbolismo e o parnasianismo. Simbolismo é um movimento literário surgido na França, na segunda metade do século XIX, como oposição ao Realismo, pois procurou combater a obsessão cientificista dos realistas, através da retomada do subjetivismo e do espiritualismo (banidos da literatura pelo objetivismo realista). No Brasil o marco simbolista é a obra Broquéis, de Cruz e Sousa. As idéias parnasianas, também francesas chegam pelas mãos dos escritores Artur de Oliveira (1851-1882) e Luís Guimarães Júnior (1845-1898). Em 1878, o parnasianismo é apresentado ao público carioca durante uma polêmica em versos, travada em jornais da cidade, conhecida como Batalha do Parnaso, na qual o romantismo é atacado e os novos valores exaltados.

Principais autores: Simbolistas: Cruz e Sousa, Alphonsus de Guimaraens; parnasianos: Olavo Bilac, Raimundo Correia, Vicente de Carvalho, Alberto de Oliveira, Francisca Júlia.

PRÉ-MODERNISMO

Para Alfredo Bosi, é pré-modernista tudo o que rompe, de algum modo, com essa cultura oficial, alienada e verbalista, e abre caminho para sondagens sociais e estéticas retomadas a partir de 22: em plano de destaque, a incursão de Euclides da Cunha na miséria sertaneja, o romance crítico de Lima Barreto, a ficção e as teses de Graça Aranha, as campanhas nacionais de Monteiro Lobato. É o princípio do descontentamento com a República.

Principais autores: Euclides da Cunha, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Simões Lopes Neto, Graça Aranha

Na Poesia: Augusto dos Anjos, Raul de Leoni.

MODERNISMO

No Brasil o Modernismo tem data de nascimento: 11 de fevereiro de 1922, com a Semana de arte moderna de 1922. Representou uma verdadeira renovação da linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora e na ruptura com o passado. O evento marcou época ao apresentar novas idéias e conceitos artísticos. A nova poesia através da declamação. A nova música por meio de concertos. A nova arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetas de arquitetura. O adjetivo "novo", marcando todas estas manifestações, propunha algo a ser recebido com curiosidade ou interesse. Para os modernistas, simbolizados em Mário de Andrade, a prática da poesia tem que ser (ou tem que ter) uma reflexão consciente dos problemas da linguagem, das suas limitações e possibilidades. Além disso vêem no poeta um sujeito criador consciente do texto literário.

O Modernismo deixou marcas nas gerações seguintes, como se observa, em geral, uma maior liberdade lingüística, a desconstrução literária e o introspectivismo. Estes novos elementos foram muito bem explorados por Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto (um mais lírico, outro mais objetivo, concreto), pelos romancistas de 30, na prosa intimista de Clarice Lispector, pelos tropicalistas e ecoam até hoje na produção contemporânea.

CONCRETISMO NO BRASIL

Na literatura brasileira, destacou-se Noigandres (revista fundada em 1952) que ra formado pelos poetas Augusto de Campos, Décio Pignatari, Haroldo de Campos entre outros.

Algumas obras da literatura concretista brasileira:

- Teoria da Poesia Concreta de Décio Pignatari (1965)

- Poetamenos (1953) e Pop-cretos (1964) de Augusto de Campos

- Galáxias (1963) de Haroldo de Campos.

Principais autores: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira.

PÓS-MODERNISMO OU TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS

É sempree muito difícil se analisar um cenário teórico fazendo parte dele, sem um distanciamento mínimo de tempo e espaço. Mas podemos apontar algumas tendências contemporâneas da literatura brasileira – e contemporâneas consideramos o que se tem produzido nos últimos vinte ou trinta anos, pós-ditadura.

POESIA

Na poesia, os nomes hoje já consagrados são aqueles que, de algum modo, dialogam com essas linhas de força da Semana de 22, um diálogo com a função paradoxal de unificar a variedade da produção contemporânea. O impacto do modernismo de 22, porém, foi tamanho que conseguiu produzir também uma diversidade interna, bifurcando a linhagem modernista em:

uma vertente mais lírica, subjetiva, à Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Drummond;

outra mais experimental, formalista, à Oswald de Andrade, João Cabral, poesia concreta.

A poesia torna-se, ainda, por um lado mais cotidiana quanto a temática (Adélia Prado, Mário Quintana), e por outro instrumento de pressão contra as ditaduras (Glauco Mattoso, tropicalistas).

PROSA

Contemporaneamente o que vemos no romance brasileiro e, de certa forma, também no luso, que volta a dialogar com o Brasil, é o surgimento do que chama-se Geração 90. No Brasil, o grande marco é o romance Subúrbio, de Fernando Bonassi, que deflagaria em 1994 um processo de renovação da prosa urbana (ou, no caso, suburbana), com seu realismo brutal, que trouxe novamente para o centro da cena literária os personagens dos arrabaldes das cidades brasileiras. Cidade de Deus, de Paulo Lins, ficaria célebre pela sua realização cinematográfica.

Outra corrente contemporânea é uma espécie de tópica da condição pós-moderna: a identidade em crise, um extremo do intimismo, que se projeta sobre a estrutura narrativa, cancelando os limites entre o real e o fantasmático, entre o mundo descrito e as distorções interiores de quem o descreve. É o caso de Cristóvão Tezza, João Gilberto Noll, Bernardo Carvalho e Chico Buarque.

Acrescentaria a tais correntes uma espécie de revisão histórica a partir da ficção. Tanto no Brasil (Luiz Antonio de Assis Brasil, Miguel Sanches Neto) quanto em Portugal (Miguel Sousa Tavares) e nos países africanos de língua portuguesa (José Eduardo Agualusa, Mia Couto) aparecem narrativas de formato convencional e que se passam inteiramente no passado, mas não resgatando o passado como forma de contemplação. Atualmente vivemos um momentos barroco, de confusão e crise existencial, um tipo de literatura que está em alta .

Antonio dos Anjos
Enviado por Antonio dos Anjos em 04/03/2010
Código do texto: T2119330
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