Desvelando Sentidos:Em O Cobrador

DESVELANDO OS SENTIDOS: EM O COBRADOR

Joseane Nunes Nascimento

RESUMO

Este trabalho tem o objetivo de analisar o conto O Cobrador de Rubem Fonseca um dos maiores escritores da Literatura Contemporânea Brasileira. Com base nos conceitos da Teoria da Análise Textual desenvolverei a análise do conto, procurando desvelar as questões em aberto deixadas pelo autor, construindo sentidos e fazendo relações com o contexto da produção do conto bem como da realidade que nos encontramos.

PALAVRAS-CHAVES: Literatura Contemporânea, Análise Textual e Construção de Sentido

INTRODUÇÃO

Antes do golpe de 1964,o Brasil se encontrava numa grande e diversificada época de manifestações culturais com movimento de grande destaque como o Tropicalismo,depois do golpe de 64 as atividades culturais se mantiveram firme durante algum tempo,mas toda efervescência foi podada com a decretação do A-I 5e posteriormente com o exílio político de vários artistas e intelectuais como Gilberto Gil,Caetano Veloso,Chico Buarque,entre outros.Durante esse período houve um rígido controle censurando os meios de comunicação e informação sendo proibido qualquer tipo de manifestação política, cerceando os brasileiros da liberdade de expressão.

Diante desse quadro de censura os artistas que permaneceram aqui,principalmente os escritores,tinham poucas opções para divulgar o seus trabalhos,mesmo assim surgiam vários escritores de poesia,romance e conto a tríade denominada por Brasil como “[...] os marcos estéticos da nova literatura brasileira e [...] participam de um “clima”de renovação,de experimentação que caracterizou essa nova fase da literatura nacional [...]”(BRASIL,1986 p.237),

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1Graduando em letras vernáculas 5º semestre – (UNEB)

os artistas utilizavam artifícios linguisticos para fugir da censura,muitos deles cuidavam individualmente da divulgação de suas obras.

Neste cenário encontramos o escritor de destaque no “conto o gênero que mais tem representado perspectivas novas na literatura nacional [...]”(BRASIL,1986 p.255). O mineiro Rubem Fonseca nascido em 11 de maio de 1925 na cidade de Juiz de Fora,desenvolveu várias atividades antes de se dedicar plenamente à literatura foi comissário de polícia no Rio de Janeiro,conseguiu estudar e depois foi professor na Fundação Getúlio Vargas,estudou administração de empresas na New York University nos Estados Unidos,quando saiu da polícia Fonseca trabalhou na Light e depois passou a se dedicar apenas “ literatura.

Rubem Fonseca deu vida a uma nova corrente literária no Brasil, enfatizando histórias de violência escreveu narrativas longas de muita significação, destacando-se também como contista. Segundo Lucas (1989) “o conto retira sua origem de narrativas doméstica, a fábula, a anedota, o caso o provérbio de tom libertino piedoso e moralizante [...]” (p.108); assim o autor define as principais características do conto moderno e Fonseca adota várias destas características que são a marca do seu estilo em narrativas curtas, percebe-se que principalmente em O Cobrador em que a grande parte dos fatos mencionados estão presentes de forma contínua em todo o desenrolar da história.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Ao analisar uma obra literária é preciso contemplar os sentidos que estão presentes no texto,conforme no diz (CULLER1999 p.66) “[...] Interpretar uma obra é contar uma história de leitura.” Por meio da valorização dos sentidos que o leitor produz.

É a denominada redestribuição da linguagem,”essa redestribuição se faz sempre pelo corte[...]” (BARTHES,2004),pois a linguagem literária encontra-se sobre máscaras e o leitor solicita a desmascaração,o revigoramento do texto, através do gozo ,da fruição entre o texto e o leitor,ou seja, a interpretação e investigação procurando responder questionamentos através dos interditos do texto,o leitor busca respostas significativas para estes questionamentos produzindo de sentidos.A análise será baseada nos conceitos da Teoria da Análise Textual enfatizando principalmente as idéias de Roland Barthes.

ANÁLISE

Neste conto Fonseca cria o personagem o Cobrador que é ao mesmo tempo, personagem e narrado da espantosa trama; o cobrador toma como solução dos seu problemas a violência e resolve cobrar da sociedade os direitos negados durante toda a vida .O texto foi escrito na década de 70 e nos mostra a verdadeira face da sociedade brasileira que não está muito distante do quadro atual, em que verificamos um alto índice de violência na grandes e pequenas cidades em todo país.

Conforme Eagleaton (1983) ”a obra literária não era um veículo de ideias nem uma reflexão sobre a realidade social, nem a encarnação de uma verdade transcendental [...],o funcionamento podia ser analisado mais ou menos como uma máquina[;...]”(p.13).Nesta afirmação Eagleaton nos apresenta a literatura nos apresenta a literatura na visão dos formalistas russos que se importavam apenas com a forma literária e não com o conteúdo.O Cobrador é uma obra que se contrapõe a esse discurso,pois Fonseca deixa muitos pontos em aberto para o leitor expressar sua opinião,completando o sentido do texto,saímos de uma concepção que contempla o texto literário para interpretá-lo.

A literatura com sua obras de ficção reproduz o mundo real, a verossimilhança está presente na descrição de uma realidade que vivemos quando lemos ou assistimos algo temos a oportunidade de fazermos esta relação entre a ficção literária e o mundo real. O Cobrador nos possibilita este movimento de descobertas através da leitura e interpretação das palavras além dos sentidos postos no dicionário.

O personagem central do referido conto tem como lema de vida a violência e a temática pode ser verificada na primeira cena da narrativa quando o cobrador vai ao dentista para solucionar as dores que estava sentido.Ele começa descrevendo o cenário do consultório e os procedimentos do dentista durante a consulta,”e olhou com um espelhinho e perguntou como é que eu tinha deixado meus dentes ficarem naquele estado. Só rindo[...].”(FONSECA,1989 p.13)

A fala do Cobrador é uma ironia em relação ao questionamento do dentista.Segundo (BARTHES,2004 pp.8-9) “o sujeito chega a fruição pela coabitação das linguagens,que trabalham lado a lado[...] a possibilidade do desejo de uma imprevisão do desfrute:Que os dados não estejam lançados é preciso que haja um jogo[...].Desse modo é importante que o autor crie um espaço de fruição e neste espaço o item importante é a relação do leitor com o texto,ao utilizar uma ironia Fonseca proporciona esta possibilidade ao leitor de interpretar o Só rindo do cobrador com uma pergunta.

Será que você não sabe por que meus dentes estão dessa maneira?Sou pobre e não tenho acesso à saúde bucal nem gratuita e nem privada. O autor utilizou apenas duas palavras Só rindo, para criticar o sistema de saúde bucal do país em que o cidadão pobre quando vai ao dentista precisa extrair todos os dentes porque ele não teve condição de tratá-los e estão podres, mostrando que um serviço tão essencial para a população muitas vezes não é oferecido de maneira satisfatória ou simplesmente não existe à assistência a disposição dos usuários.

Na sequência da cena depois de ter realizado os procedimentos necessários o dentista revela o valor do serviço: quatrocentos cruzeiros e mai uma vez as palavras Só rindo aparecem para depois o cobrador dizer que não tem o dinheiro para pagar,o dentista na tentativa de detê-lo porque ele ia saindo do consultório sem pagar tentou bloquear a saída do estabelecimento na intenção de não deixar o cliente sair sem acertar as contas. Neste momento, o Cobrador diz que odeia comerciantes,dentistas,advogados,entre outros e afirma: “Todos eles estão me devendo.Abri o meu blusão,tirei o 38, e perguntei com tanta raiva que uma gota de meu cuspe bateu na cara dele[...] Eu não pago mais nada,cansei de pagar!Gritei agora eu só cobro!”(FONSECA,1989 p.14).O cobrador comete o primeiro crime:Matou o dentista como forma de protesto,neste momento neste momento surge mais uma fenda como nos diz Barthes(2004),ou seja, o espaço do leitor em busca da revigoração do texto.

Seria pertinente questionar. Por que o Cobrador o cobrador matou o dentista?Porque ele cobra da sociedade a falta de oportunidade,diz que odeia a elite da sociedade, denominando-a como um bando de canalhas,uma classe composta geralmente de pessoas abastadas,com cem por cento de chances de estudar e “vencer na vida”,revela-se como um individuo/cidadão extremamente revoltado com a sociedade.Na fala que o cobrador diz eu não pago está implícito o abuso e descaso das autoridades, pois o cidadão paga inúmeros impostos que deveriam ser revertidos em investimentos na saúde,educação e segurança os itens de primeira necessidade para população,mas na prática isso não acontece.

Depois que matou o dentista o Cobrador procurou se armar ainda mais, foi procurar uma pessoa interessada em vender um Magnum (arma) e no caminho matou um homem por nada,depois da negociação da arma quando foi cobrá-lo o cara da Magnum disse

Cadê as trintas milhas?Põe aqui na minha mão que nunca viu palmatória”,então o cobrador pensa “[...] a mão dele era branca lisinha,mas a moinha estava cheia de cicatrizes,meu corpo todo tem cicatrizes,até meu pau está cheio de cicatrizes”(FONSECA,1989 p.15)

É possível verificarmos neste trecho algo latente em todo o conto,as marcas do discurso oral e a utilização de palavras de baixo calão presentes no texto.Fonseca insere em sua obra aspectos inovadores sem importar-se com as críticas em relação a sua linguagem muitas vezes denominada como chula e bruta.Prefere uma linguagem cotidiana “atuando como uma espécie de violência linguística (EAGLEATON,1983 p.5) é possível notar que a norma culta não configura como prioridade no texto de Fonseca,e sim a linguagem comum mais próxima do cotidiano do leitor,pois a literatura como nos diz Barthes(1989) é o lugar da transgressão da língua possibilitando o contato com o leitor.

O Cobrador continua a fazer mais vítimas e seu comportamento nos mostra cada vez mais que ele está interessado em coloca para fora o sofrimento,as humilhações que carrega a muito tempo e usa o meio de comunicação de forte presença nos lares brasileiros para se “alimentar”. “Fico na frente da televisão para aumentar o meu ódio.Quando minha cólera está diminuindo e eu perco a vontade de cobrar o que me devem eu sento na frente da televisão e em pouco tempo meu ódio volta”(FONSECA,1989 p.16) .A proposta de interpretação e construção de sentido do texto valoriza as inferências do leitor ,nessa leitura insere o conceito de sentido apontado por Culler (1999) em que “[...] o sentido de um texto é a experiência do leitor[...] o sentido é determinado pelo contexto[...]”(pp.68-70) reconhecendo essa importância faz se necessário ao leitor um conhecimento de mundo para que facilite o processo de análise e interpretação do texto.

A fala reproduzida anteriormente possibilita ao leitor fazer este movimento,um paralelo com a realidade do Brasil,o Cobrador busca este “alimento” aumentar o meu ódio porque ele sabe que a televisão mostra uma sociedade distorcida,maquiada e isto o irrita cada vez mais por não darem importância aqueles que não estudam, não trabalha não tem a perspectiva de conseguir uma vida diferente e às vezes são julgados pelo que aparentam ser e não pelo que realmente são.Ele precisa se alimentar ,mas será que é só do ódio,este aumentar entendido como alimento pode ser entendido como a busca real pelo alimento, o autor joga com os sentido das palavras para provocar certas reflexões e implicitamente criticar a concentração de renda que fica nas mãos de uma pequena parcela da sociedade,enquanto a maioria muitas vezes não consegue dignamente o alimento diário.E essa crítica a classe mais favorecida fica evidente nos versos que o cobrador escreve:

Os ricos gostam de dormir tarde/apenas porque sabem que a corja/tem que dormir cedo para trabalhar de manhã/Essa é mais uma chance que eles/têm de ser diferentes:/parasitar,/desprezar os que suam para ganhar a comida,/dormir até tarde,/tarde/um dia/ainda bem,/demais

(FONSECA, 1986 p.17)

Para ele os ricos apenas se aproveitam dos pobres ,explorando-os por causa das suas necessidades e usa este mecanismo como um meio de mantê-los oprimidos e submissos a esta hierarquia que aumenta a exclusão social.

O Cobrador é um personagem que tem grandes marcas da modernidade,é individualista tem atitudes chocantes ,pois ele comete os atos mais absurdos e nem se importa com o resultado ou o sofrimento esse fato ocorre na cena em que ele lê a noticia do jornal sobre as mortes de suas últimas vítimas e comenta Só rindo,ironizando o nome que a imprensa havia colocado no assassino o bandido da boca larga.Retomando a concepção de o sentido ser estabelecido pelo contexto a expressão bandido da boca larga abre-se mais uma fenda ,ou seja ,o texto é uma porta para inúmeras interpretações “o texto é o espaço raro da linguagem é uma lista aberta”(BARTHES,2004 p.24).

Analisando esta expressão considerando o tempo em que a obra foi escrita remonta o período da opressão da Ditadura Militar no Brasil,momento em que os líderes políticos de esquerda não poderiam se manifestar publicamente contra as barbáries que ocorriam nos porões da ditadura,eles sabiam que seus companheiros capturados por quebrarem as regras do silêncio não voltariam mais para o convívio do lar com suas famílias porque se tornaram para os comandantes da época como um bandido da boca larga por falarem o que não agradava os que estavam no poder.

O Cobrador é muito observador e seus crimes com maiores requintes de crueldades são inspirados pelo o que ele assiste nos programas de TV, como o assassinato do casal que estava na festa.Inicialmente suas observações estavam centradas na estética ,na casca que o casal estava usando naquele fatídico dia ,fala das roupas do penteado da mulher,reforçando os aspectos da estética vigente em nossa sociedade ,por não se encaixar neste padrão de beleza é que seu ódio é reforçado ao ponto de comentar que gostaria de fazer com uma pessoa um ritual de morte praticado com animais para retirar a cabeça com um só golpe da arma usada,e ele assim o faz mata a mulher de tiros e o homem .

Ele curvou a cabeça.Levantei alto o facão,seguro nas duas mãos,vi as estrelas no céu ,a noite imensa,o firmamento infinito e desci o facão,estrela de aço ,com toda minha força,bem como no meio do pescoço dele.A cabeça não caiu e ele tentou levantar-se, debatendo como se fosse uma galinha[...] Botei o corpo dele sobre o pára-lama do carro o pescoço ficou numa posição boa[...] eu sabia que ia conseguir o que queria .Brock a cabeça saiu rolando.(FONSECA.1986 p.20)

Demonstra muita frieza,pratica atos criminosos com a maior naturalidade,no trecho acima percebemos mais uma marca do estilo do autor,ele descreve de forma muito precisa fatos violentos presentes no cotidiano do grandes centros urbanos como o Rio de Janeiro,pois estão imersos nesta obra os traços cultura carioca bem como a violência que neste caso não deve ser considerado como um fator cultural e sim social.É importante mencionar que Fonseca não só retrata de maneira fiel a realidade ,ele tece uma crítica severa a violência que é uma guerra civil camuflada nas cidades do nosso país.

“O texto tem necessidade de sua sombra:essa sombra é um pouco de ideologia,um pouco de representação”(BARTHES,2004 p.44),na cena em que o cobrado rança a cabeça da vítima com o golpe de facão,é uma sombra do texto pois,o autor não deixa transparecer sua verdadeira intenção,esse ato de arrancar a cabeça trazendo para um contexto atual poderemos analisar essa atitude correlacionando-a com a posição de alguns políticos do parlamento brasileiro que não se cansam de arrancar cada vez mais o pouco que os pobres possuem através das altas taxas de juros e impostos camuflados em cada item da cesta básica que o cidadão paga.

Fonseca é um verdadeiro especialista na escrita de enredos com rápidas informações vários momentos de tensão estão inseridos em O Cobrador é “a literatura contista de certa forma, a legitimar o uso de palavrão como meio para de exprimir o inconformismo com as regras gramaticais,assim com o uso da obscenidade indica a exaustão do impulso erótico.(LUCAS,1989 P.133).Estes aspectos mencionados por Lucas são perceptíveis na cena que o cobrador se disfarça de bombeiro para atacar uma mulher que sofre nas mãos do cobrador por causa da falta de atenção da sua empregada ao abrir a porta para um desconhecido disfarçado.

A empregada me abriu a porta e gritou lá pra dentro,é o bombeiro.[...] Deve haver algum engano,ela disse,nós não precisamos de bombeiro.Tirei a cobra de dentro da caixa.Precisa sim,é bom ficar quietas senão mato as duas[...] Levei a dona pro quart o.Tira a roupa.Não vou tirar a roupa [...] Dei-lhe um murro na cabeça.Ela caiu na cama[...] Arranquei a camisola,a calcinha,abri-lhe as pernas[...]não foi fácil a buceta era apertada e seca.Curvei-me,abri a vagina e cuspi lá dentro. (FONSECA,1989 p.21)

Esse trecho confirma o que Lucas comentou sobre as novas formas da literatura contista brasileira. Fonseca faz uso de palavrões que chamam à atenção por ser uma linguagem fora dos padrões tradicionais do meio literário.

O Cobrador se tornou um assassino por gosto,pois ele continua a cometer mais homicídios sentindo se como uma criança satisfeita com um brinquedo aumentando seu ódio aumentava a sua felicidade,no entanto, revela-se uma pessoa solidária,pois ajudava a D.Clotilde aplicando as injeções que ela necessitava, fazia compras do mercado para aquela velha acomodada que torcia pela sua felicidade,assim um certo dia ele conheceu Ana a parceira que mudaria o seu modo de agir ensinando-o a utilizar armas de grande destruição ,ao invés de matar um por vez porque não matar vários ao mesmo tempo?Esse era o lema adotado por Ana em suas conversas com o Cobrador.

Então Ana e o Cobrador planejaram um ataque a uma festa de granfinos que estava marcada para a véspera de Natal.

Véspera de Natal é um bom dia para essa gente pagar o que deve,diz Ana.O Papai Noel do baile eu mesmo quero matar com o facão,digo.[...] Nada mais de sair matando a esmo, sem objetivo definido.Eu não sabia o que queria,não buscava um resultado prático,meu ódio estava sendo desperdiçado[...]Agora eu sei Ana me ensinou.E o meu exemplo deve ser seguido por todos,muito outros só assim mudaremos o mundo.É a síntese do nosso manifesto[...] Botamos a mal no carro.vamos ao baile de Natal.Não faltará cerveja,nem perus,nem sangue. Fecha-se um ciclo da minha vida e abre-se outro. (FONSECA 1989 p.29)

No final do conto o autor deixa transparecer um pouco de sua ideologia de seu objetivo chamar a atenção para todo o descaso existente na sociedade moderna brasileira “Para escapar da alienação da sociedade presente, só existe este meio fuga para frente [...] (BARTEHES,2004 p.54)e escapar da alienação neste caso é através da linguagem ,mesmo que os conceitos do autor estejam claros no texto o leito não precisa comungar das mesmas ideias senão não haveria a fruição entre leito e texto defendida por Barthes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conto O Cobrador é uma obra rica em linguagens,em que Rubem Fonseca permite através de sua forma ímpar de escrever que o leitor possa fazer várias inferências sobre o que está dito no texto.É espaço aberto para a relação entre o texto e o leitor buscando o sentido do texto por meio das palavras no contexto e não no seu significado literal.Fonseca tem um estilo totalmente inovador porque cada cena que ele narra no conto pode ser considerada um história,ou seja, são várias histórias com o mesmo vilão e o autor tão sabiamente as colocou dentro de uma narrativa curta com é o conto.

O autor narra seu protesto contra o desleixo com a sociedade criticando de maneira sutil o sistema exigindo que o leitor tenha conhecimento do mundo a sua volta para poder interpretar a complexidade temas inserido em O Cobrador.

REFERÊNCIAS:

EAGLEATON,Terry.Teoria da Literatura:Uma Introdução.São Paulo.Martins Fontes,1983.

BARTHES, Roland. Aula. São Paulo. Cultrix, 1989.

BARTHES, Roland. O Prazer do Texto. Produção: J.Guinsburg São Paulo. Perspectiva,2004

BRASIL, Assis .A Nova Literatura Brasileira. In COUTINHO, Afrânio (org) A Literatura Brasileira. V.6.3ªEd Rio de Janeiro: José Olyimpo, 1986, pp236-265.

CULLER, Jonathan. Teoria Literária uma Introdução: Tradução e notas Sandra Guardini T. Vasconcelos. São Paulo: Beca Produções Culturais LTDA,1999.

FONSECA,Rubem.O Cobrador.São Paulo.Companhia das Letras.1989.

LUCAS,Fábio.Do Barroco ao Moderno.São Paulo.Ática,1989.

josy nunes
Enviado por josy nunes em 02/10/2010
Código do texto: T2534545
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