A consciência individual

Prólogo

"Tomei consciência de que a força invencível que impulsionou o mundo não são os amores felizes mas os contrariados." – (Gabriel García Márquez – Trecho do livro Memórias de Minhas Putas Tristes – É um escritor, jornalista, editor, ativista e político colombiano.).

"Acima de sermos negros, brancos, árabes, judeus, americanos, somos uma única espécie. Quem almeja ver dias felizes, precisa aprender a amar a sua espécie (...) Se você amar profundamente a espécie humana, estará contribuindo para provocar a maior revolução social da história." – (Augusto Cury – É um médico, psiquiatra, psicoterapeuta e escritor de literatura brasileiro.).

"Quando ocorrer a sublimidade da sintonia do homem com o criador podemos afirmar que houve a depuração da consciência individual" – (Wilson Muniz Pereira – É um autodidata que acredita em seu potencial, mas sua superação se baseia no altruísmo proeminente.).

OS DITAMES SOCIAIS

A consciência coletiva, segundo Émile Durkheim (sociólogo francês, 1858–1917), é a força coletiva exercida sobre um indivíduo, que faz com que este aja e viva de acordo com as normas da sociedade na qual está inserido, mas os meus diletos leitores e Eu temos uma consciência individual. É sobre essa individualidade que escreverei.

A própria educação dada às crianças consiste, ainda segundo Durkheim, em um sistema de consciência coletiva, uma vez que as forçamos a comer, beber, vestir-se e falar de acordo com as normas e padrões vigentes na sociedade em que estamos inseridos. Qualquer desvio dos padrões dessa sociedade, pode provocar o isolamento do indivíduo, comparável a uma pena imposta por lei.

Essa pressão sofrida pela criança, é a pressão da sociedade tentando moldá-la à sua imagem e semelhança. Quando o ser NÃO consegue acompanhar, seguir os ditames dessa sociedade surge a marginalidade forçada e medonhamente enaltecida pelo esfacelar da família, o isolamento pela fuga de si mesmo e de todos.

A MINHA CONSCIÊNCIA

Não posso E NÃO QUERO escrever absolutamente nada sobre a consciência alheia. Não é de bom grado ser leviano e tentar desmistificar ou perscrutar as condições de algo insondável. Quero e desejo escrever sobre mim mesmo. Analiso-me, hoje, aos olhos de Deus, dos meus semelhantes e sob a luz de minha consciência, às vezes, profana.

UMA PROVA DE MINHA CONSCIÊNCIA, ÀS VEZES, PROFANA

Certa vez, ao receber uma resposta de uma mensagem quase imediata, uma amiga virtual, por e-mail, afirmou e me questionou: "Você é impulsivo, gosta de andar por caminhos desconhecidos, hem?"

Sem delonga respondi-lhe: "Sim. Gosto de andar bem devagar, sem pressa, por caminhos desconhecidos. Comparo-me, às vezes, com um explorador de cavernas úmidas, mornas e perfumadas naturalmente. Nesses locais prefiro não utilizar luz. Uso, preferencialmente, o tato e não necessariamente das pontas dos dedos. O olfato e a tepidez, associados ao tato conduzem-me, quase sempre sem erro, ao relicário de minha redenção.".

EXPLICANDO MELHOR MINHA CONSCIÊNCIA

Nas profundezas de minha consciência pareço esconder a força emergente do agora. Sei que a vida material é curta e a espera do sublime alvorecer é longa, talvez infinita, mas para Eu enxergar essa evolução mística não posso contar com os hipócritas, agnósticos, incrédulos das obviedades divinas, mas extremamente crentes de suas potencialidades sobranceiras que se encontram entre as pernas.

Tenho minhas dúvidas e incertezas, mormente sobre as coisas que envolvem o lado surreal do inconsciente. Não sou totalmente crédulo e por isso questiono. Durante quanto tempo, ainda, terei que contemplar as estrelas desaparecerem com o amanhecer ou com o repentino mudar do tempo, com a chegada da chuva, desmanchando os castelos de areia construídos sobre a miséria humana?

O DESENCARNE

É certo. Dia esplendoroso virá e sentirei em meu rosto a brisa refrescante do tempo primaveril. No início ficarei confuso, mas essa mudança, há muito tempo esperada, substituirá o som triste do vento que sopra originário das montanhas, onde a voz dos guerreiros familiares e amigos, como ecos surdos, clamando por compreensão e justiça, será substituída por música. Serei ovacionado. Haverá muitos risos e reconfortantes abraços fraternos.

Ouvirei os ecos desses sons como minhas indignações em ricochetes lamentosos, outrora sombrios, provocados pelas desigualdades sociais, prazeres carnais, desconfianças e maldades gratuitas. Essa infinita mágoa e fragorosa nostalgia finalmente terá fim. Creio nisso.

Nesse instante poderei sentir que estou livre e pronto para uma nova e necessária depuração da consciência individual. Reencontrarei, na liberdade do espírito, os que me esperam para descansar na paz duradoura, justa e merecida segundo meu mérito. Esse é o alvorecer esplendoroso após o desencarne.

SOBRE A CONSCIÊNCIA COLETIVA

Aos meus notáveis leitores o meu mais sincero desejo de que possam enaltecer cada vez mais suas esperanças. Espero que consigam amalgamar as suas consciências individuais, formando uma forte corrente do bem, da luz e da paz para sobrepujar as negatividades sociais terrenas.

Essa cor pálida, terrena, será substituída pelo arco-íris que sempre sobrevém às tempestades. Consolidada, essa nova e mais forte consciência coletiva, eivada de propostas alvissareiras, colocará no rumo certo a humanidade. No momento, ainda se justifica o nosso receio estribado nas palavras do insigne humanista Martin Luther King quando disse:

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." – (Martin Luther King - Líder pioneiro na defesa dos direitos civis e defensor da justiça social).