A Transplantação das Línguas Românicas

CEFET – Departamento de Linguagem e Tecnologia

Curso de Letras - Disciplina: Linguística Histórica

Profa.: Rosane V. G. Beltrão

Componentes do grupo: Ariana dos Santos - Cristiene Cardoso - Jaqueline Teixeira - João Paulo San tos - Luís Antônio Matias - Márcia Maria Barbosa - Paulo Alexandre Freitas - Renata Paula de Souza

A Transplantação das Línguas Românicas

INTRODUÇÃO

 Transplantar significa transferir (costumes, hábitos, línguas, etc.) de um país para outro. Historicamente o termo se refere ao fato das línguas românicas terem sido implantadas na África, América e Ásia devido ao contato de populações diversas nas grandes navegações.

AS LÍNGUAS ROMÂNICAS

Relembrando: as Línguas Românicas fazem parte das línguas indo-europeias que se originaram da evolução do latim vulgar falado por soldados, colonos e mercadores romanos

DESENVOLVIMENTO

Línguas Românicas Transplantadas: Português, Espanhol, Francês, Italiano

A LÍNGUA PORTUGUESA

Do contato com os idiomas locais, resultou:

 A sólida implantação do português; Ou sua alteração e/ou deformação nas terras para onde foi transplantado. O Português é a 5ª. língua mais falada no mundo. Brasil e Portugal são os dois países onde o português é a língua primária. O português é utilizado como língua franca (relações comerciais) em suas antigas colônias africanas: Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe. O português é usado em: Macau (China) Timor-Leste (Sudeste Asiático) Goa (Índia) e Ilhas dos Açores e Madeira

DIALETOS

 Formou-se nas colônias uma gama variável de dialetos. Dialeto é a modalidade de uma língua caracterizada por peculiaridades fonéticas, gramaticais ou regionais. Dialeto regional é a forma como uma língua é usada em dada região No Brasil, por exemplo, pode-se distinguir várias zonas (regiões) dialetais

 ZONAS DIALETAIS BRASILEIRAS

Distinguem–se duas variedades no Norte e quatro no sul:

 Amazônica e Nordestina

 Baiana, Fluminense, Mineira, Sulina

 Percebe-se a diferença no grau de abertura das vogais (pEgar, onde o “E” pode ser aberto ou fechado) e na cadência da fala

FORMAS DE EXPRESSÃO NAS ZONAS DIALETAIS BRASILEIRAS

 O jeito de falar do carioca. O sotaque (cantado e rápido) nos Estados da Região Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os falares Caipiras do interior de São Paulo e de outros Estados, que veremos a seguir

O DIALETO CAIPIRA

 O caipira é um dialeto presente: No interior de São Paulo, em parte do Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás. Ele difere do idioma padrão por sua estrutura fonológica.

CARACTERÍSTICAS DO DIALETO CAIPIRA

 O "r" retroflexivo: FAZER = FAZÊ

 Troca das consoantes palatais (lh) pela semivogal "i“: ORELHA – OREIA

 A troca do "l" de fim de sílaba pelo "r” retroflexivo: AFINAL = AFINAR

 Ausência dos ditongos "ei" e "ou" (substituídos por "e" e "o"): PALMEIRAS = PARMÊRA

 A aférese: ATÉ MAIS = TÉ MAIS

 O plural não é indicado em um substantivo ou adjetivo quando este é determinado por um artigo: A CASA BRANCA = AS CASA BRANCA

O ESPANHOL

 O Espanhol é a 3ª. língua mais falada no mundo, atrás do Mandarim e do Inglês. É usado na Espanha (Europa) e na África (Guiné Equatorial). Se faz presente nos Estados Unidos como língua de comunicação entre os anglo-saxões do Colorado, Arizona, Califórnia, Novo México e por grupos de Nova Iorque e da Flórida. Fala-se o Espanhol na Argentina, Chile Honduras, Bolívia, México, Nicarágua, Colômbia, Cuba, Panamá, Costa Rica, Paraguai, Peru, Equador, Porto Rico, El Salvador, Repúb. Dominicana, Guatemala, Uruguai e Venezuela. Por razões econômicas e geográficas, o Espanhol é a segunda língua em países como a França, a Itália, Portugal e o Brasil. Faz-se presente em acordos comerciais na Comunidade Econômica Europeia ao lado do inglês.

O FRANCÊS

 O Francês é uma língua românica que tem 136 milhões de falantes nativos. São 500 milhões incluíndo-se os que a falam como segunda língua ou língua estrangeira. Cerca de 200 milhões de pessoas aprendem Francês como língua estrangeira, a segunda língua mais ensinada no mundo. Há comunidades francófonas em 56 países e territórios. Outros falantes vivem no Canadá, na Bélgica, Suíça, Mônaco, Luxemburgo e no Estado americano da Luisiana.

 Países francófonos no mundo: África: Argélia, Marrocos, Tunísia, Senegal, Congo, Costa do Marfim, Egito e Zaire - Europa: França, Bélgica, Suiça, Luxemburgo, Andorra, Mônaco e Romênia - América Central e do Sul: Ilhas do Caribe e Guiana Francesa - Ásia: Líbano, Síria, Laos, Camboja e Vietnã

O ITALIANO

 A língua Italiana nasceu dos dialetos da Toscana, em especial aquele falado em Florença. Este dialeto ganhou prestígio sobretudo após a sua utilização por Dante Alighieri na Divina Comédia Língua oficial na Itália e em San Marino, é ainda uma das línguas oficiais da Suiça. É a segunda língua oficial do Vaticano. É falada na Ilha de Córsega e em Nice, antigas possessões italianas. É usada na Albânia e na África: Etiópia, Líbia, Tunísia e Eritreia. É usada por comunidades italianas do Luxemburgo, Alemanha, Bélgica, Estados Unidos, Canadá, Venezuela, Brasil, Uruguai, Argentina e Austrália.

A LÍNGUA ITALIANA NO BRASIL

 No século XIX, 1,5 milhão de italianos vieram para o Brasil. Hoje são 25 milhões de descendentes, a maior população de origem italiana fora da Itália. Estes imigrantes falavam muitos dialetos e o seu uso era maior que o próprio italiano. A imigração vêneta, por exemplo, se concentrou no Sul do Brasil. Por viverem na zona rural, os venetos puderam manter seu idioma vivo no Brasil, com expressões e palavras que não existem mais na Itália. Para diferenciar o dialeto, utiliza-se hoje o nome talian. Outros dialetos como o napolitano e o siciliano desapareceram.

 Países onde a língua italiana é oficial: Itália, Suíça, Croácia, Eslovênia, República de San Marino, Vaticano e União Europeia . Países onde o Italiano é língua nacional ou falada: Albânia (língua estrangeira mais ensinada nas escolas), Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Egito, Eritreia (falada em nível de segunda língua e nacional), Etiópia (usada em nível nacional), França (usada em nível regional na Córsega e em Nice, Alemanha, Israel, Líbia (língua oficial desde 1943), Liechtenstein, Luxemburgo, Malta (língua oficial até 1934; atualmente em nível de segunda língua e comercial), Mônaco, Montenegro, Paraguai, Filipinas, Porto Rico, Romênia, Arábia Saudita, Somália, Tunísia, Emirados Árabes, Reino Unido, Estados Unidos (língua usada pelos emigrantes em New England e New York/New Jersey como língua regional)

CONCLUSÃO

 O grupo discorda da afirmação constante do slide 5, final do 3º. parágrafo do texto-base: “Tal língua ( o latim portucalense) se pôs em contato com os idiomas locais, muito diversos, e da luta entre uma e outros resultou ora a sólida implantação do português, ora a sua alteração bem sensível, ora a franca deformação, por se lhe ter funda e largamente impregnado o substrato indígena”. Não concordamos com a ideia subjacente da existência de uma língua boa ou correta (o português) em contraposição a línguas que fazem errar ou deformar ( dos indígenas e negros). A partir da percepção da não existência de uma única língua portuguesa, mas de uma rica gama de variados dialetos falados nas diversas regiões brasileiras, temos por inútil a contraposição da ideia de língua correta ou deformada.

 Assim como aconteceu com o latim culto ao ser adaptado pelas populações nos dialetos do latim vulgar, pode-se perceber na língua brasileira atual a riqueza linguística proveniente da mistura do português com as línguas e dialetos indígenas e africanos