A Teoria do Bucetocentrismo

O mundo é definitivamente bucetocêntrico, gira tudo em torno dela, porém todo mundo a esconde, a reprime, envergonham-se de a circundar. Todas as relações pessoais e ações sociais são definidas pelo interesse na dita. Quem não tem quer ter, não só alguma, mas a que mais vantagens e eventuais prazeres pode lhe fornecer. Quem tem a quer compartilhar não só com alguém, mas com quem pode a tratar bem e suprir maior amplitude de interesses e comodidades.

É só fazer uma breve análise sobre as causas dos nossos principais conflitos e não só dos conflitos mas também das diversas decisões cotidianas. A escolha desde qual pasta de dentes comprar até que carro vou dirigir visa embelezar-se para tornar mais aprazível o relacionamento delas. Tudo se define pela dedução racional de atingi-la ou inconsciente de alcançar este que pode se dizer o objetivo máximo da existência. Muitos diriam romanticamente que este objetivo seria amar, mas vos digo que rodamos todos feitos satélites em torno dela, a existência a circunscreve, é de onde todos saímos, se não saímos entramos e pra onde queremos ou voltar ou acolher quem quer que retorne.

Não se trata de maneira alguma de qualquer espécie de machismo, muito pelo contrário, retiramos o centro fálico secularmente institucionalizado por nosso paternalismo retrógrado. Reconheçamos que o poder está nela, porém muito cuidado, este poder não pode se resumir nela em si, deve ser equilibrado e devidamente compartilhado com o fálico muitas vezes bélico símbolo predominante e ilusório do poder de nosso sistema hegemônico, sob pena de girando em torno de si transformar-se em um imenso buraco negro sem fim e sem fundo.

Esta teoria que surge como mais um “ismo” dos vários que conhecemos, não tem a pretensão de qualquer espécie de julgamento, apenas constata os fatos e reais acontecimentos. Poderiam ser citados aqui as mais diversas argumentações que explicam através do bucetocentrismo como se dão a criação de nossas idéias, o desenvolvimento dos nossos desejos e a aplicação da suas ações e relações; porém se faz como objetivo da apresentação desta teoria a reflexão sobre nossas condutas e a confabulação sobre os “porquês” que permeiam as respostas de nossa existência. É clara portanto a vantagem do gênero feminino por este ponto de vista, pois se encontra com sua massa corpórea desde sempre em torno deste seu centro, já os homens buscam justamente ter em torno de sua massa corpórea este tão glorioso epicentro.

Cabe aos sexos que estabeleçam melhores acordos e reconheçam definitivamente este novo centro universal de produção de energia. Não mais deixem que sejam reprimidos seus centros, não permitam mais opressão, acariciem, entendam, cuidem, conheçam melhor seus centros. Portanto se torna condição indispensável para que se atinja a liberdade em sua plenitude de nossa sociedade a tão esperada libertação completa de todos nossos bucetocentros.

Guilherme Schröder