A Crônica Sensorial

Caros amigos do Recanto das Letras, tudo bem? Peço um pouco de seu tempo para que possam conhecer uma interessante experiência que busquei fazer há algum tempo, e que agora estou publicando. É uma experiência interessante com a prosa.

Dei a mesma o nome de Crônica Sensorial. A Crônica Sensorial é uma forma pessoal de trabalhar o fluxo de consciência. Porém, ela difere muito da técnica tradicional.

Primeiro: a ideia do fluxo de consciência é relatar um momento dentro do pensamento de um eu-lírico. Mas, na minha experiência, não é isso que busquei fazer.

Procurei relatar o pensamento de um ponto de vista sensorial. Ou seja: ao invés de relatar um fluxo de ideias que se passam pela cabeça de um eu-lírico, a ideia é relatar a cadeia de ações que se entrelaçam no pensamento.

O fluxo de consciência é, também, contínuo. O que procurei fazer é algo fragmentado, quebrado, facetado. Isso foi possível conseguir por meio da fragmentação da frase, da oração. Por exemplo:

" Sou tudo. Sou nada. Sou pesadelo".

Aqui há um fluxo incontínuo de pensamento. A ideia é que cada palavra torne-se um símbolo da ação mental e psicológica do leitor.

A ideia surgiu de três bases. Não, eu ainda não as domino, e é por isso que é apenas uma experiência. A primeira é a noção da palavra como um símbolo, ideia que vem das pesquisas da Linguística. A segunda vem da teoria de Bauman, a Modernidade Líquida.

A ideia básica dele é a da fragmentação do homem, da facetação das identidades - algo muito comum nas teorias da modernidade. A última é a ideia do inconsciente e dos símbolos psicológicos, algo que vem de C. G. Jung.

Bom, a maior e mais arriscada ideia - é daí que vem o título de Crônica Sensorial - não é APENAS a de imergir o texto nas sensações sensoriais do homem, da mente. Caso vocês leiam o texto "Pensamento", é possível ver que não há um personagem.

Por quê? O personagem, na verdade, é o próprio leitor. Ele deve inserir-se no contexto narrado e, por meio da narrativa, construir mentalmente o cenário do texto, quase como se revivesse as experiências sensoriais que teve no passado, ou que ainda poderá ter.

É o que podemos chamar de "Literatura Interativa"...

Não sei se já houve alguém que já tenha feito isso antes. Já deve haver, mas não conheço. Bem, caso queiram opinar, podem dar sua opinião abaixo, ou ler o texto já citado "Pensamento", em minha página.

Abraços! Espero que gostem!!!

Ronaldo Thomé
Enviado por Ronaldo Thomé em 07/11/2013
Código do texto: T4561465
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