PESQUISA SOBRE TROVAS.



Resolvi publicar esta pesquisa nesta minha escrivaninha para reler com mais praticidade quantas vezes se fizer necessário, para de algum modo possa me ajudar e aos que se interessarem, também para atender ao pedido de divulgação, conforme fonte abaixo:
Vale a pena divulgar esta pesquisa:

http://movimentodasartes.com.br/trovador/pop/pop_01.htm
Aprenda também no link abaixo a elaborar sua trova!
https://sites.google.com/site/ubtpinda/comofazertrovas
 
 
DEFINIÇÃO DE TROVA

A Trova é uma composição poética, ou seja, uma poesia que deve obedecer as seguintes características:

1- Ser uma quadra. Ter quatro versos. Em poesia cada linha é denominada verso.
2- Cada verso deve ter sete sílabas poéticas.;ou seja, cada verso deve ser setessilábico. As sílabas são contadas pelo som.
3- Ter sentido completo e independente. O autor da trova deve colocar nos quatro versos toda a sua idéia. A trova difere dos versos da Literatura de Cordel, onde em quadra ou sextilhas, o autor conta uma história que no final soma mais de cem versos ou seja, linhas.
 
A Trova possui apenas 4 versos, ou seja, 4 linhas.
4- Ter rima. A rima poderá ser do primeiro verso com o terceiro e o segundo com o quarto, no esquema ABAB, ou ainda, somente do segundo com o quarto, no esquema ABCB. Existem Trovas também nos esquemas de rimas ABBA e AABB.

Segundo o escritor Jorge Amado: "Não pode haver criação literária mais popular e que mais fale diretamente ao coração do povo do que a trova. É através dela que o povo toma contato com a poesia e por isto mesmo a Trova e o Trovador são imortais".

 
Todo Trovador é poeta mas nem todo poeta é trovador.
 
EXEMPLO DE TROVA:

Nesta casa tão singela
onde mora um Trovador
é a mulher que manda nela
porém nos dois manda o amor.

(Clério José Borges)

UM POUCO SOBRE A MÉTRICA

Métrica é a arte que ensina os elementos necessários à feitura de versos medidos. A métrica é obtida pela contagem das sílabas e o ritmo pelas cesuras.

Você sabe metrificar e ritmar?

 
Regra de Ouro:

A última sílaba que se conta é a sétima sílaba tônica, da última palavra.


Exemplo: 

Eu-vi-mi-nha-mãe-re
-zan-do
Aos-pés-da-Vir-gem-Ma-
ri-a
E-ra u-ma-San-ta es-cu-
tan-do
O-que ou-tra-San-ta-di-
zi-a

 
Outra Regra:
 
Quando uma palavra termina por vogal átona e a seguinte começa por vogal ou ditongo, conta-se uma sílaba só. Diz-se que há embebimento de uma sílaba na outra.
Ex.: Ou- vin- do a -fa- la ao-
ven -to. (São 6 sílabas)

 
MAIS UMA REGRA

Para atender à métrica, hiatos podem transformarem-se em ditongos (Sinérese) e ditongos transformarem-se em hiatos (Diérese).

Ex: Su-a-ve por Sua-ve (3 viram 2)
Sau-da-de por Sa-u-da-de (3 viram 4)

 
CESURAS
 
Não esqueça que o que dá ritmo à poesia são as cesuras. São as sílabas tônicas que devem existir obrigatoriamente no interior dos versos, quando tenham mais de sete sílabas.
Nos decassílabos Sáficos -
4ª - 8ª - 10ª -
Ex.: Ia Bar-sa-
nul-fo pe-lo ver-de pra-do

* FONTE: Terra da Poesia www.terradapoesia.cjb.net

 
CATEGORIAS DE TROVAS

As trovas podem ser:

LÍRICAS (falam de amor, de saudade),
FILOSÓFICAS (encerram um ensinamento),
HUMORÍSTICAS e
DESCRITIVAS (descrevem algo).

Exemplos:

LÍRICA (José Valdez de C. Moura)

Pelos mares de saudade
o meu ser, vagando ao léu,
só deseja a liberdade
das andorinhas do céu:


FILOSÓFICA (Altair Fernandes Carvalho)
Cultivar ressentimento!
Atividade infeliz...
É querer que o ferimento
dure mais que a cicatriz!


HUMORÍSTICA (João Paulo Ouverney)
Na vida, irônico jogo
que um bravo bombeiro arrasa
é não apagar o "fogo"
da mulher que tem em casa...


DESCRITIVA (José Ouverney)
Tendo o céu como moldura
e a noite como cortina,
a Mantiqueira é pintura
que Deus, com orgulho, assina!

 
MÉTRICA E RIMA

Como vimos, uma trova é composta de 4 versos setissilábicos, rimando 1ª c/ 3º , 2° c/ 4º, e tendo um sentido completo. Cada verso, portanto, deve ter 7 sílabas, isto em contagem de técnica poética e não simplesmente gra­matical. A contagem de sílabas em métrica de poesia é feita do mesmo modo como se conta gramaticalmente, a não ser quando há elisões de vogais ou de sílabas que se fundem ao serem pronunciadas. Outro detalhe importante: só se conta até a última sílaba tônica de cada verso. Vamos exemplificar o verso...

Na sala deserta, a lâmpada,
considerado gramaticalmente, tem dez sílabas:
                                                                                                       
1 | 2|3 | 4| 5|6 | 7 | 8| 9|10
Na | sa|la | de|ser|ta, | a |lâm|pa|da

Mas, em métrica poética, tem apenas 7 sílabas,
sendo, portanto, um verso de trova:

1 | 2|3 | 4| 5|6 | 7|
Na | sa|la | de|ser|ta, a |
lâm|pada

Isto porque houve a elisão da última sílaba da palavra deserta com o artigo a que lhe segue. E como a última tônica do verso é a sílaba inicial da palavra lâmpada, a contagem aí termina. Se em vez de lâmpada a palavra final fosse café, por exemplo, a contagem prosseguiria até a sílaba fé, que é a sílaba tônica final. Não pretendemos elaborar aqui um tratado de metrificação. Todavia, faremos algumas anotações despretensiosas, fruto das nossas observações e experiência trovadoresca, procurando usar uma linguagem simples, que seja acessível à compreensão de qualquer pessoa. Em primeiro lugar, lembramos que a métrica e as rimas seguem a ló­gica dos sons e não da grafia. Quando declamamos um verso, cada vez que abrimos a boca para emitir um som é quase certo que estaremos pronunci­ando uma sílaba em métrica de poesia. Se pronunciamos, de uma só vez, duas ou três sílabas gramaticais, fundindo-as no mesmo som, em técnica poé­tica contar-se-á apenas uma sílaba. Ora, isto acarreta uma certa dificuldade, suscitando dúvidas em determinados casos, devido às diferenças de sotaque e de pronúncia entre os habitantes das diferentes regiões de nosso país. Tente­mos esclarecer alguns pormenores da métrica do verso:


1) Quando duas vogais não tônicas – sejam isoladas ou integrando pa­lavras – se defrontam, faz-se obrigatoriamente a elisão.

Exemplo:
1 | 2 |3 | 4 | 5 | 6|7 |
Des|
de o |di|a em | que | Do|lo|res
Notar as elisões na 2ª e na 4ª sílaba.



2) Quando, de duas vogais que se defrontam, apenas uma é tônica, re­comenda-se fazer a elisão, embora, em casos excepcionais, pelo ritmo do verso, alguns trovadores prefiram separar as sílabas, como vemos aqui:
1 | 2| 3| 4 | 5 | 6 | 7
O | co|ra|ção | mor|re/
an|tes

O mesmo se aplica com referência às palavras começadas com
H mudo, quando precedidas de vogal. Recomenda-se a elisão, que é feita pela grande maioria dos trovadores brasileiros, embora alguns autores eventualmente não a tenham observado, sem que se possa dogmaticamente afirmar que estão errados. Eis um exemplo onde não se fez a elisão:
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6| 7|
Quan|do | Deus | cri|ou | o|
ho| mem

O mesmo sistema segue o poeta português Mário Graça (residente em Nova Lisboa, Angola), no 3º verso desta sua bela trova:

Para mim a maior
luta,
a que toma maior gran
deza,
é a que o homem dis
puta
contra a sua natu
reza.

Aliás, pelo que pudemos observar, os portugueses aceitam mais o verso frouxo do que os brasileiros, sendo por isso menos freqüentes as elisões em suas poesias.


3) Quando duas vogais tônicas se defrontam – isoladas ou integrando palavras – não se pode fazer a elisão, sendo obrigatória a separação das síla­bas. Servem de exemplo as sílabas 3 e 4 deste verso:

1 |2 | 3 |4 |5 |6 |7
A |Da|dá |é |mui|to |
da|da

Mesmo assim há casos em que a elisão é feita, sem que haja um aten­tado grave contra o ritmo da trova, como vemos nas duas tônicas iniciais do seguinte verso:

1 | 2 | 3| 4 | 5 | 6 |7 |
É u|ma |cor/ren|te | pe|
sa|da

Donde concluímos que, em questões de métrica – dentro de um certo limite, é claro – mais vale um bom ouvido, capaz de "discernir" acertada­mente, do que meia hora de argumentação teórica. Pela mesma razão, um pouco de tolerância, ou mesmo de humildade, não faz mal a ninguém.

Mais alguns detalhes:

A maioria dos trovadores costumam separar, isto é, não fazer elisão, nos casos em que aparecem, num verso, os termos "com o", "com a", "com os", "com as" etc. Outros, porém, fazem a elisão, sem que se possa con­siderar erro de fato. É recomendável, porém, seguir a maioria, para evitar dú­vidas.

As palavras
lua, sua, nua, fio, rio e outras desse tipo devem ser consi­deradas, na métrica de trova, como tendo duas sílabas: lu-a, su-a, fi-o, etc.

Alguns trovadores, principalmente no Sul do país, contam-nas como uma sí­laba apenas, o que decididamente é um erro, pelo menos a nosso ver.

Outro erro é contar como sílaba, na métrica, as consoantes mudas, erro este que, ao contrário do anterior, é mais comum acontecer no Nordeste, devido à pronúncia regional, que é clara e espaçada. Exemplo: nas palavras advogado, adversário, advento, atmosfera, o nortista geralmente pro­nuncia a consoante muda como se fosse uma sílaba: adevogado, adiversá­rio, adivento, atimosfera etc. Daí a contá-la como sílaba, na métrica da trova, é um passo, o que, sem dúvida, é um erro.
A contagem certa é a que se pode verifi­car neste verso:

1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7
Co|nhe|ci |um |ad |vo |
ga |do

Outro caso: quando existe uma consoante nasalada separando duas vo­gais, não se faz a elisão. Neste verso - Os homens dormem e sonham - a sí­laba final da palavra dormem não pode ser fundida vocalmente à conjunção e que lhe segue, porquanto, entre as duas, existe a consoante m . A contagem cor­reta da métrica do verso é a seguinte:

Os |ho|mens |dor|mem |e
|so|nham

Há algumas palavras que, em métrica, podem ser contadas de dois mo­dos, ambos corretos. É o caso das palavras criança, egoísta, oriundo, poeta, destruir e outras que podem ser metrificadas assim:

1 |2|3 1 |2 |3 1|2 |3 |4 1|2 |3 |4
ci|ú|me cri|an|ça e|go|is|ta o|ri|un|do
ou desta forma:
1 | 2 1 |2 1| 2 |3 1| 2 |3
ciú|me crian|ça e|gois|ta o|riun|do

A maioria dos trovadores prefere a primeira hipótese; Quando uma destas palavras (ou qualquer outra) figurar no fim de um verso, é claro que prevalece a métrica do verso inteiro, isto é, só até a sílaba tônica da última palavra do verso. Exemplo:

1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7
É |sem|pre |tris|te |ter |ciú|me

A palavra poesia se conta assim: poe-si-a; já a temos visto, porém, ra­ramente, com esta divisão poética: po-e-si-a, o que nos parece um exagero evidente.

Algumas vezes, principalmente em poesias portuguesas, temos visto o uso do apóstrofo, suprimindo uma sílaba. A palavra esperança, por exemplo, que tem 4 sílabas, é escrita assim: esp´rança, com 3 sílabas. É verdade que a pronúncia portuguesa favorece esta grafia, mas de qualquer modo isto nos parece esteticamente uma violentação gráfica da palavra. Em nossa opinião, jamais se pode usar o apóstrofo como recurso poético. Aliás, expressões como minha alma não devem figurar num verso com esta grafia: minh´alma ou, pior ainda, minhalma. A elisão é feita naturalmente, sem esdrúxulas altera­ções ortográficas. O exemplo é válido para as expressões similares.

Examinemos agora algumas particularidades da rima. Em nossa opinião, rima é som e não grafia. Costuma-se apregoar palavra Mãe não tem rima. É uma tirada muito sentimental que não corresponde à realidade. A palavra acompanhe (do acompanhar) rima com mãe, embora não seja o que se chamar uma rima ideal. Os portugueses de há muito rimam com também, já que pro­nunciam esta última palavra com seguinte fonética: tambãi. No Brasil esta rima não é válida. Aceitamos as rimas de iu com il e éu com el, embora não sejam perfeitas. Exemplos: sorriu com servil, céu com mel, etc. Da mesma forma também são válidas as rimas de cruz, luz, conduz, com azuis, possuis, etc. Por outro lado, embora raramente (em Portugal é mais freqüente), há quem rime a pronúncia aberta com a pronúncia fechada: Céus com Deus, he­rói com foi, melhores com amores e assim por diante, levando mais em conta a rima-grafia do que a rima-sonância Não adotamos nem aconselhamos estas rimas, que aliás também não são aceitas pela grande maioria dos trovadores brasileiros. Todavia não vamos ao extremo de considerar terminantemente errados aqueles que as utilizam.

A UBT PINDAMONHANGABA

Em Pindamonhangaba existe a seção municipal da União Brasileira de Trovadores (UBT), responsável pela realização do Concurso Nacional de Trovas (em conjunto com a Biblioteca Pública Municipal Vereador Rômulo Campos D´Arace) e pelo Projeto “Juventrova” visando divulgar a modalidade poética e revelar novos talentos. Os interessados em informações sobre concursos, re­sultados ou outros detalhes podem ligar para (12) 3642-9678 (João Paulo) ou (12) 3642-7735, que estarão à disposição.
Site www.falandodetrova.com.br , de José Ouverney, contém tudo sobre a trova, concursos em abertos e resultados, trovas de autores famosos, etc.
CONTATOS: João Paulo Ouverney
E-mail: joão.ouverney@terra.com.br ou joao-paulo42@hotmail.com
José Valdez de Castro Moura
Tel: (12) 3642-3724
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COMO FAZER TROVAS
Finalidade Didático/Metodológica
http://movimentodasartes.com.br/trovador/pop/pop_01.htm
Nilton Manoel - Trovador
UBT - União Brasileira de Trovadores
e-mail: ubt.niltonmanoel@ig.com.br

DECÁLOGO DE METRIFICAÇÃO
(autoria de Luiz Otávio, editado em Ribeirão Preto)

1) - As sílabas são contadas até a última tônica do verso.
2) - As pontuações não impedem as junções de sílabas.
3) - Não se deve fazer o aumento de uma sílaba métrica nos encontros consonantais disjuntos, (ou seja: não usar "suarabacti").
4) - Uma vogal fraca faz junção com a vogal fraca ou forte inicial da palavra seguinte.
§ único - Aceitam-se exceções a esta regra no sentido de evitar a formação de sons duros e desagradáveis. Exemplo: "cuja ventura/única consiste".
5) - Uma vogal forte, pode ou não, fazer junção com vogal fraca da palavra seguinte, no entanto jamais deve fazê-la com vogal forte.
§ único - Nos casos em que se prefira a junção "forte + fraca", deve-se ter sempre o cuidado de evitar sons desagradáveis ("mais que tu/ardo") ou formar novas palavras ("via ao invés de "vi a...").
6) - Pode haver a junção de três vogais numa sílaba métrica.
§ 1º - Não deve haver mais de uma vogal forte.
§ 2º - No caso em que a vogal forte não esteja colocada entre as vogais fracas e sim em 1* e 3* lugar, para que seja correta a junção, as duas vogais fracas devem juntar-se por crase ou por elisão, e não por sinalefa (ditongação).
Assim, estará certo:
"é a ambição que nos prende e nos maltrata", e não se pode unir as três vogais de "e a / intima palavra derradeira".
§ 3º - Deve ser usada com cuidado a junção de mais três vogais, embora haja casos corretos de quatro e até de cinco vogais.
7) - Os ditongos aceitam as pré-junções com vogais fracas ("E eu"). As post-junções são aceitas somente nos ditongos crescentes (encontros instáveis) ("a distância infinita") e são repelidas nos ditongos decrescentes. ("Eu sou/a que no mundo anda perdida").
§ único - Há casos de uso facultativo de pré-junção de vogais forte aos ditongos, quando essas vogais são as mesmas dos iniciais dos ditongos e não forem as tônicas das palavras.
(Aceita-se: "Será auspiciosa" e será inaceitável: "Terá/auto nos pontos".
8) - Nos encontros vocálicos ascendentes (formados por vogais os semivogais átonas seguidas de vogais ou semi-vogais tônicas), a sinerese é de uso facultativo. ("ci-ú- me" ou "ciú-me", etc.).
§ único - Há neste grupo, excepcionalmente, encontros vocálicos que não aceitam a sinérese. Geralmente, são formados pela vogal "a" seguida das vogais "a", ou "e" ou "o" (como em: Sa/ara, a/éreo, a/orta, etc.) ou, alguns casos, do mesma vogal "a" seguida das semi-vogais "i" ou "u" tônicas, como em: "Para/íso, "ba/ú", etc.
9) - Nos encontros vocálicos descendentes (formados por vogais ou semivogais tônicas seguidas de vogais ou semi-vogais átonas) não se aceita a sinérese ("tua", "lua", "frio", "rio" etc., sim, "tu/a", "su/a","fri/o", "ri/o", etc.
§ único - Em algumas regiões do Brasil é usada a sinérese nestes encontros vocálicos, com base na fonética local. No entanto, não será aceita na Metrificação, em benefício da uniformidade, uma vez que na maioria dos Estados é feita a separação dessas vogais.
10) - 0 uso da aférese ("inda", etc), síncope ("pra", etc), apócopes ("mui", e de ectilípse ("com a", "o", "as", 'os") é facultativo.
§ 1º - A junção de "com" mais palavras iniciadas com vogais átonas é correta mas pouco usado. Acompanhando a maioria dos poetas, sempre que possível, deve ser evitada. ("com amor") etc.
§ 2º - A junção de "com" mais palavras iniciadas com vogais tônicas não
será aceita. ("com esta" etc.).
§ 3º - A junção de fonemas anasalados "am", "im", etc., com vogais átonas ou tônicas não será aceita. ("formaram" / idéias", "cantaram / hinos" etc.).
§ 4º - E preciso cuidado com o uso de aféreses, síncopes e apócopes que, por estarem em desuso ou por formarem, geralmente, sons desagradáveis, irão ferir a sensibilidade e os ouvidos dos leitores e dos ouvintes.

GLOSSÁRIO - Por ordem alfabética, para melhor compreensão do Decálogo de Metrificação.
Aférese - supressão de sílabas ou fonema inicial ("/inda").
Apócope - supressão de sílaba ou fonema final ("mui"//").
Crase - fusão de duas vogais numa só ("a alma"; "e este" etc.).
Diérese - transformação de um ditongo num hiato ("sa/u-da-de").
Ditongo - fusão de uma vogal + semivogal, ou vice-versa; na mesma sílaba. ("sai", " falei", "Niterói", etc.).
Ditongo crescente - semivogal + vogal (pátria, gênio, diabo, etc.).
Ditongo decrescente - vogal + semivogal (pão,meu, dourado, etc.).
Dictipe - supressão de um fonema nasal final para possibilitar a crase ou ditongação (sinérese) com a vogal inicial da palavra seguinte. ("com o", "com amor", etc.).
Elisão - supressão da vogal átona no final de uma palavra. ("Ela estava" = "Elistava").
Encontros consonantais - duas consoantes unidas:
a. inseparáveis - ("bl" - bloco; "fl" - "flor", etc) ou "grupos consonantais",
b. separáveis - ("gn" - ignóbil; "bs" -Observar) ou "encontros consonantais disjuntos".
Hiato - uma sílaba terminada, por vogal-base seguida de outra iniciada também por vogal-base. ("re/eleger", ca/olho, a/éreo, etc.) (Rocha Lima); é o encontro de duas vogais pronunciadas em dois impulsos distintos, formando sílabas diferentes. (sa/ara, podi/a, sa/úde, etc.) (Cegalla).
Encontros vocálicos ascendentes - designação de Luiz Otávio - é o encontro de duas vogais ou semivogais, pronunciadas separadamente, sendo a primeira fraca e a segunda forte. (ci/ú-me, vi/o-la, po/e-ta, cru- el-da-de, etc.).
Encontros vocálicos descendentes - designação de Luiz Otávio - é o encontro de duas vogais ou semivogais, pronunciadas separadamente,
Junção a primeira forte e segunda fraca. ("di/a", "tu/a", "ri/o" , etc.).
Junção - designação de Luiz Otávio - no sentido generalizado para traduzir a união de sílabas métricas, Abrange pois, os diferentes processos de diminuição de sílabas poéticas. (comumente e erradamente empregada pela maioria dos poetas como elisão).
Ver no Glossário, os vários processos ou métodos para diminuir as sílabas métricas ou processos de fazer a junção de sílabas: crase, elisão, sinalefa, sinérese, alferese, síncope, apócope e ectipse.
Postjunção - designação de Luiz Otávio - junção posterior a uma sílaba ou palavra.
Prejunção - designação de Luiz Otávio - junção anterior a uma sílaba ou palavra.
Semivogais - são os fonemas "i" e "u", quando ao lado de uma vogal formam uma sílaba com elo. (Assim em: "pai", "mau", o "i" e o 'u" funcionam com valor de consoante, em "lu-ta", vi-da", funcionam com função de vogal).
Sílaba ou métrica ou poética - são sílabas nos versos, (contagem diferente das sílabas gramaticais).
Sinalefa - fusão ou junção de vogais ou semivogais, entre duas palavras, formando ditongo (Este amor" = "Estiamor").
Síncope - supressão de fonema ou sílaba no meio da palavra ("p/ra").
Sinérese - transformação de um hiato em ditongo, na mesma palavra. ("ci-úme" em ciú-me".
Suarabacti - "aumento de uma sílaba métrica, pela pronúncia das vogais de apoio, nos encontros consonantais disjuntos". (Luiz Otávio) "i-gui-no-rar".
Tônica - sílaba forte, acentuada.
Vogais - "Fonemas sonoros, que se produzem pelo livre escapamento do ar pela boca e se distinguem entre si por seu timbre característico", (Rocha Lima).
Vogal forte ou fraca - a vogal átona ou acentuada (tônica) da palavra ou verso.


TROVAS DEMONSTRATIVAS DA APLICAÇÃO DAS DEZ REGRAS DA METRIFICAÇÃO

Estas trovas foram feitas para demonstrar os diferentes casos de aplicações das dez regras da metrificação. Têm, pois, finalidade didática. Devemos observar em cada uma, pela numeração, aplicação correspondente. O conteúdo não tem relação com as regras, mas tão somente com as formas das trovas.
O fundo está relacionado com as mensagens generalizadas sobre os estudos de Metrificação. Portanto, julguem-nas como utilidade didática e como curiosidade, e não corno valor artístico.
(Luiz Otávio - Santos - SP., 26/03/1974).


1ª regra - última tônica
Poderá a força elétrica
de um sábio computador
ensinar contagem métrica
mas não faz um trovador...


2ª regra - pontuação
Pensa em calma! Evita errar,
Injusto é se nos reprovas,
Pois não queremos mudar
o modo de fazer trovas


3ª regra - encontros consonantal
Você pode acreditar
ter a pura convicção
que a ninguém vou obrigar
a ter a minha opinião...


4ª regra - vogal fraca + fraca
Podes crer és muito injusto
e estás longe da verdade:
pois na trova a todo custo
defendo a espontaneidade...


5ª regra - vogal forte + fraca
É uma história bem correta
em tudo o ensino é preciso,
no entanto, só poeta
quer ser gênio de improviso...


6ª regra - junção de três vogais
Esta é uma regra indiscreta,
convenções, mal amparadas,
induzem muito poeta
a convicções enraizados.


7ª regra - ditongos
Para medir nossos versos,
se o ouvido fosse o juiz,
em nossos metros diversos
ninguém poria o nariz...


8ª regra - encontros vocálicos ascendentes
Na trova, soneto ou poema,
em toda parte do mundo
se a Forma é o seu dilema
sua alma é sempre o fundo!


9ª regra - encontros vocálicos descendentes
As dúvidas são pequenas
não sejas tão pessimista,
dá-me a tua ajuda, apenas,
e será bela a conquista


10ª regra - licenças: aféreses, síncopes, apócopes, ectlipses.
É mui// feio crificar(apócope)
/inda que seja um direito (aférese)
pra ser justo, aulas vem dar (síncope)
com o teu plano sem defeito... (ectlípse
Frase mnemônica para decorar as dez regras de metrificação:

"Tendo paciência e Estudo você versejará tecnicamente direito encontrando estética e lirismo." (T = tônica; p = pontuação; e = encontros consonantais; v = vogal fraca; v = vogal forte; t = três vogais; d = ditongos; e = encontros vocálicos ascendentes; e = encontros vocálicos descendentes; l = licenças poéticas).
Luiz Otávio
http://movimentodasartes.com.br/trovador/pop/pop_01.htm
Apoio com finalidade didática:
Clube Brasileiro da Língua Portuguesa
www.recantodasletras.com.br/autores/silviaraujomotta
www.silviaraujomotta.virtualismo.com.br



*** TIVE A HONRA DE SUA EXCELENTE INTERAÇÃO. OBRIGADA  LUIZ MORAES!

Sete sílabas, um verso.
Quatro versos uma trova,
Rimando neste universo:
ABAB, eis a prova.

Para mim, se não rimar ABAB, é quadra.
Valeu pela aula, parabéns! Abraço. Luiz Moraes!


 
Pesquisas na Web
Enviado por Maria Madalena de Jesus Gomes em 06/12/2013
Reeditado em 16/10/2014
Código do texto: T4601465
Classificação de conteúdo: seguro
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