PROCURANDO MINHA DESEJADA PRIMAVERA

Prólogo

Este curto devaneio foi escrito de uma só assentada. Trata-se de um texto reflexivo onde ponho em evidência os anseios não apenas meus, mas de toda uma sociedade tão necessitada de esperança, fé, segurança econômica e socioafetiva. — (Nota do Autor).

Observação necessária e pertinente: Os nomes das maravilhosas e muito dignas mulheres citadas na conclusão deste texto, em respeito à ética e a dignidade de todas, foram trocados. — (Nota do Autor).

OS SENTIMENTOS MUDAM COM AS ESTAÇÕES DO ANO

Da primavera quero sentir, no renascimento das flores, o aroma e o frescor, ouvir o chilrear dos pássaros em alegre revoada; do verão quero que se manifestem a sensualidade e sem pejo do ridículo a minha concupiscência; do outono desejo a necessária transformação do meu íntimo e do inverno, antecedente da estação dos festejos, quero ver a felicidade social no recomeço do ciclo enigmático da vida.

Para vivenciar a primavera é necessário passar pelo frio, talvez ou não, intenso do inverno. Preciso ver e sentir a floração, ou desabrochamento das flores, modificando a paisagem, tornando-a mais alegre e contemplativa. Espero paciente. Tenho ânimo e esperança para isso. Em meu derredor, no momento, há verão, inverno, outono, indiferença e desamor; faz frio e calor, mas não há primavera.

AS INCERTEZAS DO PASSADO CONTINUAM NO PRESENTE

Preciso, a qualquer custo, deixar florescer o melhor que existe em mim. Mas sei, de forma indesejada, que hoje minha mente é a morada de um pouco de tudo e de tudo um pouco. Há um misto de tristeza, mágoas, alegrias, sorrisos e lágrimas.... O pretérito das incertezas continua no presente difícil num prenúncio de um futuro incerto. Isso não me apraz.

Em minha mente habitam as flores, nas cores das lembranças dos erros cometidos em nome dos amores passados, considerados, outrora, acertos, mas hoje os vejo errantes. Cresce na abismosa escuridão de minha mente as lembranças saudosas dos momentos fugazes, mas alegres nas ocasiões iluminadas da juventude irreverente, desassombrada e traquina.

A ESTAÇÃO DO ANO MAIS ROMÂNTICA E ESPECIAL

Não sou exceção, muitas pessoas aguardam ansiosas pela estação mais florida do ano com dias ensolarados e ruas coloridas com as árvores dando flores perfumadas e frutos doces. A primavera é uma estação romântica e especial.

Felizmente consigo filtrar, entre as incertezas das poucas verdades e as dúvidas e medos provocados pelos desenganos, minha sincera gratidão por ter saúde, poder respirar, andar, enxergar, aprender e ensinar; por exercer a minha capacidade laboral com boa-fé, lealdade, denodo e proficiência.

CONCLUSÃO

Em nossa tenra infância, igual a estação da luz e das flores, nós humanos somos todos semelhantes e, portanto, perfeitamente harmonizados.

Enfim, embora nada me alegre no hoje dia insosso, na ausência dos folguedos de outrora benfazejos, beijos cálidos e molhados; abraços apertados, bolinações mútuas atrevidas, consentidas pelas Analus, Beatrizes, Carlas, Fernandas, Iones, Marias, Jussaras, Janaínas, Lucianas, Luzias, Renatas, Rosildas, Rutes, Socorros, Silvanas e outras, continuarei à procura do local onde se escondeu minha tão esperada e DESEJADA PRIMAVERA.