Os Bastidores de Ema, de Bruna tessuto

Livro: Os Bastidores de Ema, de @brunatessuto

( Análise literária by Marisa Piedras) @piedrasmarisa

" Ele estava mesmo morto. Não haveria conversa, reconciliação ou pedido de desculpas. Era o fim da nossa história. Eu o perdia pela segunda vez. Ambas por decisão dele. Ou por necessidade.”

Eu já havia lido algumas coisas sobre o livro da Bruna, pois possuía curiosidade por leituras de autoficção ou ficcionalização de fatos reais. Então, resolvi estrear com a Ema, achei uma excelente estréia. Demorei a comprar o livro, por certo esnobismo intelectual, não pelo livro em si, mas pela juventude da autora, pensava no alto da minha pseudo intelectualidade,” o que essa menina vai me dizer que os outros trocentos livros que li não me disseram?” Primeiro a menina Bruna autora me seduziu com a sua oficina( sabiamente divertida, sem clichês chatos acadêmicos) de autoficção e depois no último dia de aula veio Os Bastidores de Ema cair nos meus braços. Fiquei uns dois dias olhando a Ema sobre a minha mesa de jantar, nos namoramos por dois dias inteiros. E comecei a ler e não parei mais até terminar em dois dias inteiros, li num sufoco, num suspiro e odiei a morte do Leon, o meu personagem preferido, apaixonei-me por ele junto com Bea. Uma leitura dolorida, cheias de nuances entre uma escrita direta, linear, frases curtas com poucos conetivos e a agonia contundente da personagem Bea que se esparramava pelo livro inteiro. Também, levou-me a pensar em quantas Beas existem nas universidades sendo expulsas, escachadas, simplesmente por amarem demais. Quando na verdade, deveríamos nos ambientes acadêmicos, estender a mão e fazer movimentos de acolhimento e não ao contrário.