Produção textual ...quais desses RECURSOS COESIVOS você desconhece ?

COESÃO, no que se refere à produção e/ou

interpretação textual, "é o recurso que promove a articulação entre

as palavras e frases, daí resultando um texto inteligível" ("inteligível"=

compreensível).

A seguir, OS TIPOS DE RECURSOS COESIVOS

mais expressivos :

1) ORDEM DAS PALAVRAS :

Ela consiste em que, se colocadas na ordem adequada (ordem di-

reta : sujeito/verbo/complemento), as palavras formam uma men-

sagem clara ou, em resumo, uma frase.

Observe estas duas sequências :

" brasileiros os da são Amazônia desbravadores" (estas palavras for-

mam sentido? Naturalmente que não, PORQUE NÃO ESTÃO NA OR-

DEM ADEQUADA).

Observe, agora, estas mesmas palavras nes-

sa segunda sequência :

"os brasileiros da Amazônia são desbravadores" (como as palavras

estão empregadas articuladamente, passam a ter sentido, tornan-

do-se UMA FRASE, que vem a ser "qualquer enunciado que conte-

nha sentido ou mensagem clara")

Então, é assim que se dá o processo de coesão chamado "ordem

das palavras" .

2. AMBIGUIDADE :

(Na realidade, pelo abaixo exposto, o nome do processo deveria

ser DESambiguidade, uma vez que por "ambiguidade" entende-se

"a possibilidade de mais de uma interpretação para uma mesma

frase").

Observe este exemplo de ambiguidade :

"O diretor perguntou à sua assessora se o SEU desjejum já estava

pronto".

O emprego do pronome adjetivo possessivo "seu" dá margem a es-

tas duas possibilidades de interpretação :

a) O desjejum destina-se ao diretor.

b) O desjejum destina-se à sua assessora.

Para evitar tal ambiguidade, basta que procedamos à seguinte

alteração na frase :

1) (Se o desjejum destina-se ao diretor) - A frase deveria ser

assim : "O diretor perguntou à sua assessora se o desjejum

DELE já estava pronto".

2) (Se o desjejum destina-se à sua assessora) - A frase deve-

ria estar assim colocada : "0 diretor perguntou à sua asses-

sora se o desjejum DELA já estava pronto".

Observe que a simples troca da palavra SEU por DELE ou DELA

destruiu por completo a possibilidade de mais de uma interpre-

tação.

Um outro exemplo de ambiguidade :

"Eu presenciei a explosão do carro".

Possibilidades de interpretação desta frase ambígua :

a) Eu estava no carro e presenciei UMA DETERMINADA EXPLOSÃO.

a) Eu presenciei o carro explodindo

Ou seja : pela primeira interpretação, algo (que não foi o carro)

explodiu;

pela segunda interpretação, foi o carro que explodiu.

(Obs.: a AMBIGUIDADE "proposital" é um recurso muito usado

em publicidade, quando o objetivo da mensagem publi-

citária é exatamente suscitar algum tipo de dúvida no

leitor ou telespectador).

3. ELIPSE

"Elipse", conforme já tratado em um de nossos encontros anterio-

res neste Recanto das Letras, "é um processo que consiste em

se omitir (=deixar de usar) determinada palavra, por já estar suben-

tendida".

Assim, quando dizemos " Fui a São Paulo", houve a ELIPSE da pala-

vra "EU", em que ela, mesmo não utilizada na frase, está facilmente

subentendida, pela própria forma verbal "fui" (que só pode se referir

à 1a. pessoa do singular).

Pode constituir a ELIPSE :

- O não-emprego de um pronome pessoal do caso reto (como é o

caso do exemplo acima "fui a São Paulo");

- O não-emprego de um verbo (Ex.: "Aqui, tudo bem" - elipse da

forma verbal "está", omitida antes da palavra "tudo")

- O não-emprego de um conjunto de palavras (Ex.: "Você fez todos

os trabalhos pedidos pelo professor. Eu não..." = aqui, houve a E-

LIPSE DE "fiz os trabalhos pedidos pelo professor").

- O emprego de um único sujeito para diversas formas verbais

(Ex.: "Eu fiz o trabalho, depois entreguei ao professor". - Aqui,

houve a ELIPSE do pronome EU antes da forma verbal "en-

treguei").

Bem, para não "confundir" a cabeça do ami-

go leitor, hoje paramos por aqui. No nosso encontro de amanhã, vere-

mos outros TIPOS DE COESÃO.

Fechado? "Hasta la vista"!

pedralis
Enviado por pedralis em 27/02/2008
Código do texto: T878569
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