De capitu para Machado de Assis

A IMPORTÂNCIA DE MACHADO DE ASSIS UM SÉCULO APÓS SUA MORTE

Saudações Machadianas,

Digníssimos leitores, vós podeis não entender o quanto para mim é honroso falar de Machado; se não levar em consideração, que antes de conhece-lo, eu já era conhecida e idealizada em sua mente, e se hoje; pertencem a mim “os olhos de ressaca”, mais requisitados nos maiores vestibulares do Brasil, foi porque dele partira, com veemência; algo peculiar e realista, em um estilo inovador e provocante.

Não meço minha gratidão a ele, por ter feito de mim elemento essencial de uma narrativa literária que superou as expectativas da época, numa narração impressionista, que por sua vez, se contextualiza com a realidade em nossa sociedade; e isso é recriar. Embora, tiveste sido triste o termino da narração, não me chateio com a pergunta universal: Se eu traí ou não Bentinho? Isso é uma questão interpretativa pessoal.

Confesso que rio (irônica) ao ver as indagações dos jovens estudantes sobre a questão da possível traição e até mesmo desse Dr. Literatura, que solicita de seus alunos a leitura de Dom Casmurro, bem como; dar uma razoável resposta ao dilema, mas sei que ele pagaria caro para alguém que encontrasse uma só palavra ou frase concreta de adultério. Desculpe-me a forma, pois isso partícula do DNA Machadiano.

È indispensável; Machado bem que investiu sua sorte nas poesias, peças teatrais, contos, ainda na época da escola literária do Romantismo; mas foi justamente se projetando em um estilo diferente, realista, que resultou seu grande ápice literário, não pouco: digníssimo imortal da cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras, e isso porque começou a tratar seus personagens não como seres simplesmente épicos; mas como homens e mulheres com complexidades e emoções, que amam e sofrem.

Suas observações psicológicas, atitudes críticas, temas contemporâneos, suas sucessivas opiniões e críticas ao leitor valeram mais relativamente aos vernáculos adjetivosos, metrificados de uma escola afinada como o Romantismo. Não obstante, já anunciava a grande referência do Realismo no Brasil, justamente após 1960 quando uma critica literária Helen Caldweel, norte-americana, fez a primeira análise das obras machadianas; e daí por diante, não pararam os estudos em escolas e centros acadêmicos, e às vésperas do centenário de sua morte ainda se intensifica repercussões de seus feitos.

A verdade meu querido leitor é que; enquanto perdurar literatura neste mundo estará Machado, digníssimo escritor brasileiro, pois suas obras não fazem apenas menção a uma época, mas torna presente, tão penetrado em nossa sociedade. Tente imaginar leitor, quantos depois de nós estarão analisando e se deliciando das obras do grande célebre da literatura brasileira.

O que diríamos de uma frase centenária como: “Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas Memórias Póstumas". mas é de considerar até hoje. Ela está inquietante na literatura através dos anos por talento dele, que fez a sociedade literária viajar nas histórias maravilhosas como a minha (Capitu), Helena, Rubião, Simão Bacamarte, Camilo, entre tantos outros. Somos personagens como muitos de vós, embutidos de: amor, cobiça, traição, entre outros sentimentos humanos.

Contudo, serve de recado para a sociedade que, por pecado da preguiça, não leu nenhuma sequer de suas obras, que o ano corrente; digo 2008, por lei federal foi instituído como Ano Nacional de Machado de Assis, outrossim, em virtude do centenário de sua ausência várias editoras lançaram algumas de suas obras em histórias em quadrinhos, almejando atingir o público infantil.

Sabe amigo, eu até comecei gostar de psicologia ao tomar conhecimento de Sigmund Freud, mas quando veio Joaquim Maria Machado Assis; não explicando em teorias, mas mostrando as complexidades comportamentais nos romances, como o meu, eu passei a entender melhor Bentinho, e valorizar este grande escritor.

Capitolina