Lavras

Há os livros que se deitam,

Outros que são verticais,

A parcela dos geniais...

Há, no entanto, os que mergulham

Ficam de ponta cabeça

Sem ser com quem se pareça

Há os de barriga pra cima

E os de barriga pra baixo:

Os que procuro e não acho.

Há livros vivendo em sebos

No esconde-esconde sem graça

Às vezes salvos das traças

Há livros que não são lidos

Aprisionando palavras,

Mas são verdadeiras lavras.

Há livros lidos, relidos

São best, bestas, bestiais

Mesmo assim são imortais

Há livros feios e cheios

Outros, lindos e vazios

são sangas, fontes e rios.

Há livros que não são livros

em triste aborto amarelo

que nunca foram ao prelo.

PAULO DE FREITAS MENDONÇA
Enviado por PAULO DE FREITAS MENDONÇA em 11/05/2011
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