Tercetos de saudade

Não sabia que amava tanto assim

A ponto de não centrar-me mais em mim

E desnortear-me das direções a seguir.

Mas há coisas que se deixa acontecer

Que só depois que vem o sofrer

É que se vê o seu valor surgir.

Depois, porém, que transborda a taça

Só resta limpar a desgraça

E deixar as nódoas no coração.

Nódoas que o tempo não apaga

E que doem feito uma praga

A escavar a solidão.

E num antagonismo mais que paradoxal

De Bem, o amor passa a Mal

Plantando no peito uma cruel saudade.

Pois se para não fugir deve estar aprisionado

O Amor em seu existir tão desejado

Para crescer precisa de liberdade.

Cícero – 07-12-2011

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 07/12/2011
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