Bilhoma.

a bicharada corria solta na achada.

a garça branca plantada no barro do fundo,

a arara avoava e gritava longe longe.

na árvore de galho alta o mico sarapantava,

enquanto no tronco riscava a pata da onça.

tranquila, imersa na turvada da corrente, a perca.

e que alegria era aquela festa toda,

o beija-flor bailava bailava,

tudo enfeite e vida. Rica, muito rica.

daí veio o bicheiro-bicho-homem,

derrubou árvore e gravou bicho nela,

fez passar nas casas do bicho-empregado.

já se foi o beija-flor.

os bichos correm todos de bunda em bunda.

Sofre o povo, que não tem quintal.

Vinicius de Andrade
Enviado por Vinicius de Andrade em 18/05/2012
Código do texto: T3674334
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