TERRA MOLHADA.

Ao ver a terra molhada,
Pelas torrentes regada,
Anima-se o lavrador!

Que se levanta contente,
Pra ir plantar a semente,
Nesse seu árduo labor!

Velho de mão calejada,
Ver no corte da inchada,
Em todo seu dia a dia!

A lutar em seu ofício,
Às vezes no sacrifício,
Sofre em grande agonia!

Fita os olhos nas campinas,
Ver o verde e se anima,
Deita a semente no chão!

Porem se lhe falta à sorte,
Tem a força de suporte,
Pra ficar a plantação!

Terra roxa descoberta,
Trás a madre semi-aberta,
Pra futura produção!

Espera chegar o tempo,
De recobrir-se em rebentos,
Vindos de milhões de grãos!

Canta toda a natureza,
Coberta por tal beleza,
Do verde que germinou!

Em cada broto viçoso,
Enche os olhos de gozo,
Do humilde agricultor!

Que sonha envaidecido,
Por cada broto crescido,
Regado com seu suor!

De cada planta e rebento,
De onde tira o sustento,
Pra manutenção do lar!

Vibra caboclo roceiro,
Quando ouve o aguaceiro,
Sobre a terra a se espalhar!

Cada gotinha de chuva,
Cai às plantas como luva,
No anúncio de fartura!

Alegra-se por ver a mesa,
Repleta pela beleza,
Do fruto da agricultura!

A mãe terra colorida,
Pela água embebida,
Coberta pela lavoura!

Trazendo de volta o sonho,
Do agricultor risonho,
De alegria promissora!

Com os olhos cheios d’água,
Roceiro esquece as mágoas,
Da ingrata sequidão!

Salta-lhe o peito de alegria,
Distante da nostalgia,
Que lhe dói coração!

Cosme B Araujo.
24/11/2012.

 
CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 24/11/2012
Reeditado em 24/11/2012
Código do texto: T4002869
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