SÍRIA-MUNDO

Diga: é perdão que fala? Digo: não se fala;

Eu vejo um céu riscado por fogo,

O signo do rancor na grande bala

Que corta e mata; mata porque o jogo

É feito assim: primeiro você fere,

Depois me pronuncio, demagogo

Que sou, me anunciando: "quem prefere

A luta em detrimento da paz, guerra

Terá e eu lhe darei." E quem adere?

Muitas nações; somando um-terço-terra,

E vamos, as mãos dadas, queimar gente,

Disparando o projétil que não erra.

Os alvos verdadeiros são doentes,

Que governam, e engordam feito porcos,

Com as peles e as carnes de seus crentes.

No entanto, dorme o verme-mor; com corpos

Em chamas ao redor do indecente

Leito, que fabriquei quando uns tortos

Acordos entre mim e ele se deram.

Diga: é perdão que fala? Digo: não se fala;

Eu vejo um céu riscado por fogo,

O signo do rancor na grande bala.

F.R.