LÚGUBRES SONHOS (Hendecassílabos)

Nas noites sombrias, cruéis pesadelos

Povoam meu sono, sem trégua nenhuma.

Acordo-me, ao céus, elevando os apelos.

Meu Anjo de Luz, protegei-me da bruma,

Que brota no escuro da noite silente!

E as sombras do mal, apagai, uma a uma!

Não posso viver, em assédio frequente

De formas terríveis e seres medonhos,

Que fazem da noite um terror permanente.

Meus dias, aos poucos, se tornam tristonhos,

Da vida, já tenho profundo desgosto!

Quisera que fossem alegres meus sonhos,

Trazendo esperança de um riso em meu rosto...

Mas esses momentos são sempre sombrios,

Quisera que fossem de luzes composto.

São sombras noturnas que, em lúgubres pios,

Num rasgo de medo, meu corpo tremente

Mergulha em torpor, nos mais vis calafrios...

Queria que, à noite, eu tivesse somente

Um sono suave de afagos e zelos

Com sonhos que fossem de luzes na mente...

Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 28/01/2020
Reeditado em 10/10/2020
Código do texto: T6852897
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