LÚGUBRES SONHOS (Hendecassílabos)
Nas noites sombrias, cruéis pesadelos
Povoam meu sono, sem trégua nenhuma.
Acordo-me, ao céus, elevando os apelos.
Meu Anjo de Luz, protegei-me da bruma,
Que brota no escuro da noite silente!
E as sombras do mal, apagai, uma a uma!
Não posso viver, em assédio frequente
De formas terríveis e seres medonhos,
Que fazem da noite um terror permanente.
Meus dias, aos poucos, se tornam tristonhos,
Da vida, já tenho profundo desgosto!
Quisera que fossem alegres meus sonhos,
Trazendo esperança de um riso em meu rosto...
Mas esses momentos são sempre sombrios,
Quisera que fossem de luzes composto.
São sombras noturnas que, em lúgubres pios,
Num rasgo de medo, meu corpo tremente
Mergulha em torpor, nos mais vis calafrios...
Queria que, à noite, eu tivesse somente
Um sono suave de afagos e zelos
Com sonhos que fossem de luzes na mente...