Delírio 1

O azul do céu se move como ondas no mar

Fiapos de nuvens brancas são a espuma

A lembrança do cheiro oceânico sente aos olhos fechar

E um novo mundo surge, a vela apruma

de uma embarcação navegando ao léu

Junto ao timão encontra uma pluma

Prontamente a encrava em seu chapéu

quando, surpresa! Percebe admirado

Seu veleiro navega pelo céu

Tanto melhor, vento não nos será negado

nem companhia, com os pássaros vamos voar

E um avião o navio havia se tornado

Veloz ia ele, o ar a trovejar

em seus ouvidos, quis proteção

Ao dar por si, estava a decolar

em um foguete, rumo à imensidão

do espaço entre planetas e estrelas

Pelo infinito iria sua expedição

E estrelas viu aos montes, azuis, vermelhas e amarelas

e supernovas, e nebulosas com muitos discos protoplanetários

e sentiu buracos negros, estrelas de nêutrons e outras coisas belas

Segredos descobriu, desvendou enigmas vários

Do céu e da terra, e rompeu com paradigmas

sem fundação, aos seus olhos agora arbitrários

Longa sua viagem, desfez-se de alguns dogmas

Ao abrir de seus olhos, da noite já via as formas

Cansado de corpo e mente, mas com a mais leve das almas

Roger Ansaloni
Enviado por Roger Ansaloni em 20/10/2021
Reeditado em 22/10/2021
Código do texto: T7367424
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