Delírio 1
O azul do céu se move como ondas no mar
Fiapos de nuvens brancas são a espuma
A lembrança do cheiro oceânico sente aos olhos fechar
E um novo mundo surge, a vela apruma
de uma embarcação navegando ao léu
Junto ao timão encontra uma pluma
Prontamente a encrava em seu chapéu
quando, surpresa! Percebe admirado
Seu veleiro navega pelo céu
Tanto melhor, vento não nos será negado
nem companhia, com os pássaros vamos voar
E um avião o navio havia se tornado
Veloz ia ele, o ar a trovejar
em seus ouvidos, quis proteção
Ao dar por si, estava a decolar
em um foguete, rumo à imensidão
do espaço entre planetas e estrelas
Pelo infinito iria sua expedição
E estrelas viu aos montes, azuis, vermelhas e amarelas
e supernovas, e nebulosas com muitos discos protoplanetários
e sentiu buracos negros, estrelas de nêutrons e outras coisas belas
Segredos descobriu, desvendou enigmas vários
Do céu e da terra, e rompeu com paradigmas
sem fundação, aos seus olhos agora arbitrários
Longa sua viagem, desfez-se de alguns dogmas
Ao abrir de seus olhos, da noite já via as formas
Cansado de corpo e mente, mas com a mais leve das almas