Apoética: Rima Morta.

Ah! quisera eu beber sequer uma Gota d’Água

Na Fonte Saciante dos Vetustos Gregos e adquirir

Ao menos um Ínfimo do seu Prodigioso Saber!

Ah! quisera eu experimentar da Seiva Bruta

Da Idade das Trevas e tragar no mínimo

Um Ínfero da sua Sacrossanta Ignorância!

Ah! quisera eu provar da Seiva Elaborada

Da Renascença e absorver sequer Metade

Da metade da sua Enciclopédica Cultura!

Ah! quisera eu saborear do Néctar

Das Luzes e apreciar sequer um Lampejo

Da Sapiência da sua Reluzente Razão!

Ah! quisera eu comer do Pão Industrial

Sequer uma Migalha e obter quando muito

Um Mínimo do seu Fecundo Engenho!

Ah! quisera eu degustar da Substância Científica

Do Gênio Quântico e assimilar pelo menos

Um Infinitésimo do seu Neuronial Volume!

Publicado originalmente em "Poesia Desmedida - Multiversos", 2021, Insular.