Mudança no Exame da OAB

A prova do Exame de Ordem dos Advogados do Brasil deve continuar existindo sim. A necessidade de um exame para o exercício da advocacia deve ser para avaliar os requisitos mínimos para atividade de tamanha responsabilidade. Entretanto, a forma como ela é feita hoje, diria eu, é uma forma “burra”, pois não avalia nada. Proponho-me a discutir com qualquer pedagogo essa forma abertamente e tenho certeza que todos os pedagogos e quem realmente tem formação de professor irão me apoiar. Digo isso porque tem muita gente dando aulas e elaborando provas sem o mínimo conhecimento de didática ou princípios pedagógicos. Qualquer um hoje, se intitula professor e fazem essa lambança toda. Imaginem administradores, engenheiros, advogados e outros lecionando sem ter tido passado pelo curso de professor? Nunca ouviram falar de Piaget, Vigotsky, Gardner, Wallon, etc... é um desastre. O mestrado não habilita a ser professor. Professor tem que jurar, tem que ter didática, tem que conhecer de princípios pedagógicos. Bem, vamos voltar ao cerne desse artigo: A prova da OAB. Essa é de ficar abismado, pois o CESPE que a promove é de uma onipotência hedionda. Erram demais em várias questões, cada prova do CESPE caberia a anulação de 10 questões com toda a certeza do mundo, mas eles anulam no máximo 3 ou 4 questões, prejudicando vários bacharéis. Por mais que o CESPE erre, eles não admitem, eles nunca anulam mais que 4 questões, esse é o combinado. O pior de tudo isso, é o MPF fazer vistas grossas, pois ninguém no Brasil ousa desafiar a OAB. A OAB criou um exame que fere a isonomia, deu um chega para lá no MEC e disse sem rodeios: Quem manda somos nós. Imaginem o selo “ OAB recomenda”. A OAB não tem que recomendar nada, quem decide se um curso é bom ou ruim é o MEC, caso contrário excluam o MEC da aprovação de cursos jurídicos e deixem tudo na mãos da OAB. Como professor, acho um absurdo essa onipotência do CESPE em não admitir seus erros. Erram enunciados de leis, erram todas as alternativas e elegem uma que ao ver deles é certa, mesmo contrariando a legislação. O Exame de Ordem deve continuar, mas ser mudado, feito de forma inteligente. Outro absurdo é contrariar todos os métodos pedagógicos e exigirem que o bacharel aprovado na primeira fase e reprovado na segunda, refaçam a primeira. Isso é loucura. Sobraria muito mais tempo para o bacharel estudar para a segunda fase se não fosse feito novamente a primeira fase, na qual ele já foi aprovado, já obteve êxito. Por essas e outras é que alguém inteligente no Brasil deve olhar com mais atenção para esses exames de ordem e ter a coragem de encarar a OAB e dizer o que está errado lá. Porque enquanto o MPF não cumprir sua função de fiscalizador da lei, muitos bacharéis, que inclusive foram meus alunos continuarão sofrendo do limbo do “nada jurídico”.