Deveres éticos da família.

1-A família moderna.

A família é o núcleo fundamental para a vida em sociedade. Para alguns, a família se explica institutos meramente patrimoniais. Outros entendem que a solução familiar já não subsiste e não é satisfatória para abranger toda a gama de possibilidades oferecidas à sociedade contemporânea. Prevalece, toda via o modelo clássico, menção assídua a todos os textos sobre o tema.

A família passou por inúmeras transformações históricas. Assim, quando se fala de família, tem-se de indagar: qual família? Pois em nossa sociedade dita pluralista, há diversos modelos de família. O mergulho da sociedade na era do consumismo fez da congregação básica algo desfigurado. Entretanto em todos os grupos distintos, há características em comum. A afetividade, estabilidade e extensibilidade.

Com a disseminação do divorcio, a inserção da mulher no mercado de trabalho, os adventos tecnológicos e a criação de alguns tabus, a educação tornou-se obrigação da escola, não há tempo para programas em família. Tudo isso contribui para que o modelo familiar moderno entrasse em crise.

O primeiro dever ético perante a família é reafirmá-la como célula insubstituível. É o habitat natural do homem. Nenhuma outra forma alternativa poderá cum

Rir seu papel no equilíbrio necessário ao futuro cidadão.

2- A ética entre marido e mulher

Na convivência por afeição não caberia falar de normas éticas. Mas na permanência de um vinculo formal, já debilitado o laço amoroso impõe certas precauções éticas.

Fatos triviais passam a revestir grande significado na vida e no convívio conjugal. Indicar exemplos de infrações éticas não seria difícil para quem tenha relativa experiência com o universo de separações ou divórcios.

Se os mandamentos éticos no casamento pudessem se resumir em um só, entrariam no conceito de solidariedade.

3-A ética dos pais.

É terrível a missão dos pais nesse inicio de milênio. O numero de pais perplexos, aturdidos, desalentados cresce a cada dia.

A ausência de diálogos entre as gerações impede que os pais conheçam os problemas afetivos dos filhos. A sociedade hedonista, narcisista e egoísta em que o mundo parece estar mergulhado impõe a juventude um ritmo que ela não tem condições de aguentar. Direitos são bem conhecidos, deveres, quase nenhum. No Brasil, 13% ao ano das vidas são perdidas por acidentes, homicídios e overdoses, quase sempre por jovens entre 13 e 25 anos. São realidades que os pais enfrentam atualmente.

O primeiro dever ético dos pais é a verdade. A relação deve ser temperada pela afeição pura. Espera-se que os pais sejam firmes ao proclamarem seus credos, tenham coragem de remar contra a corrente, não declinando o que pretendem fazer, embora com respeito à opção individual dos filhos, quando estes já forem detentores da capacidade para exercê-la.

É vedado aos pais abdicar da tarefa educativa. Educar o filho é dever ético essencial. A vida atual tende a fazer com que os pais outorguem essa obrigação as escolas e olvidem seu dever ético. Não devemos ceder a essas tentações. O caminho para ser pais éticos se faz no caminhar. Somos todos cobaias nesse projeto.

Aceitar a paternidade responsável não pode resultar de modismo ou de vaidade ou de vontade de perpetuar. O compromisso de paternidade se é assumido na concepção e a partir daí, dele ninguém se libera. Os deveres éticos dos pais perante os filhos perduram por toda a existência.

Sobretudo, os pais devem sempre estar prontos a compreensão, suscetíveis a ouvir quando necessário, estender a mão, etc.

4- A ética dos filhos.

Os filhos devem conceder um pouco de crédito a seus pais. Afora as patologias, não há pais que, precipitadamente, queiram causar mal aos seus filhos.

Muitos filhos não conhecem seus pais. Os fatores da sociedade atual, geram uma legião de filhos sem pais. Os amigos substituem a família, são os conselheiros, confidentes e companheiros. Nessa corrida contra o tempo, os pais se tornam estepes, que se recorre em situações de necessidade, sempre prontos a acudir a cria, mas nem sempre pode contar com ela.

Quando o jovem acorda dessa realidade, não são mais jovens, mas ainda tem deveres éticos. Deveres de convivência, de ouvir, de entender e de assistir.

Lótus Negra
Enviado por Lótus Negra em 22/03/2011
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