COLETA DE LIXO ORGÂNICO EM CONTEINER

* Nadir Silveira Dias

Em Porto Alegre a cúpula administrativa decidiu instalar contêineres para coleta de lixo orgânico em plano piloto no Centro Histórico e bairros adjacentes.

O que surpreende a mim, munícipe, que tudo paga do Município, do Estado, e da União, é o simples fato de não ter sido consultado. Nem recebido qualquer notificação de vantagem da substituição de um por outro sistema.

Não houve qualquer exposição de motivos para substituir a coleta das sacolas de lixo depositadas nas calçadas pelos moradores, então feita por caminhões, pelo recolhimento a ser feito com a retirada do lixo dos contêineres.

Outro fato que chama a atenção é que os tais contêineres foram importados da Itália ao preço de quatro mil reais, conforme noticia o Jornal do Centro, em sua edição de nº 162. Ora, nós bem poderíamos fazer esses equipamentos no município ou, ao menos, no Estado do Rio Grande do Sul, reconhecidamente um dos maiores produtores de autopeças e equipamentos periféricos do país.

Noticia também que menos de vinte e quatro horas depois da implantação do sistema, dois dos contêineres foram incendiados, tendo um deles que ser substituído.

Mas o mais importante ainda é que tais equipamentos estão mal colocados. Eu disse mal colocados na via pública, fazendo com que a abertura das tampas que possui uma seja aberta pelo lado da calçada e a outra aberta pela pista de rolamento dos veículos. Nada mais errado do que isso.

Para estar bem colocado este equipamento, cada um dos contêineres, deveria estar disposto em sentido contrário ao que se encontra, para que então, no sentido correto, ficasse com as aberturas não pela calçada e pela pista de rolamento, mas pelos seus lados do local onde fosse instalado, onde ficasse estacionado.

Com isso teríamos cancelado o risco de usuário ser colhido por veículo em circulação, além de ser melhor visualizado para quem pretenda estacionar o seu veículo.

A mesma reportagem noticia que a empresa prestadora de serviços dispõe de mais cem contêineres para reposição.

Ah! E tampouco importa que eu não resida nos locais onde instalados atualmente os contêineres, pois a pretensão é expandir para toda a cidade e, num caso ou noutro, eu, enquanto munícipe, sempre tudo pago.

07.09.2011 - 13h07min

* Jurista e Escritor - nadirsdias@yahoo.com.br

Nadir Silveira Dias
Enviado por Nadir Silveira Dias em 07/09/2011
Reeditado em 07/09/2011
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