BULLYING NAS ESCOLAS

AGRESSIVIDADE

Do ponto de vista do desenvolvimento humano, a agressividade é a arma daquele que se sente acuado, impotente, com dificuldade de se impor e de expressar aquilo que sente de forma que o outro o entenda e respeite.

O BULLYING

O Bullying se traduz em todas as relações desiguais de poder em que um dos agentes sejam ridicularizados ou sofram qualquer tipo de agressão. E que tem como protagonistas a vítima, o agressor e o espectador, num círculo vicioso. O agressor é temido pelos demais, manipula seus espectadores - que o auxiliam em suas práticas- anda sempre em grupos, não suporta ser contrariado, apresenta atitudes agressivas por qualquer motivo, seu tom de voz é grosseiro, aparece com pertences, lanches de suas vítimas - alegando ter sido presenteado por elas. O espectador assiste a tudo na maioria das vezes sem se manifestar, em alguns casos participa como cúmplice das agressões temendo contrariar o agressor, que por sua vez se voltará contra ele.

FORMAS DE BULLYING

Agressões físicas e verbais; ameaças; brigas; chantagens; apelidos; trotes; roubo; racismo; xenofobias; intimidações; piadinhas; assédios; xingamentos; alienações; abusos; discriminações e várias outras formas de se ridicularizar uma pessoa. Na maioria das vezes a vítima aceita todo o seu sofrimento sem dizer nada a ninguém, porém se transforma em uma pessoa triste, constantemente deprimida e sem perspectivas de lutar pelos seus direitos, podendo em casos extremos até optar pelo suicídio. É importante ressaltar que o Bullying não é praticado apenas por alunos e entre alunos, podendo ser praticado por alunos contra professores, professores contra alunos, e entre outros agentes do meio escolar.

Sendo necessário que todos os envolvidos no processo educacional estejam atentos a esta violação e colaborem na elaboração de planos de ação em que valores como o respeito, amor, companheirismo e cidadania sejam constantemente abordados.

BULLYING NO BRASIL

No Brasil, a palavra “Bullying” é utilizada principalmente em relação aos atos agressivos entre alunos e/ou grupos de alunos nas escolas. As formas de agressão entre alunos são as mais diversas, como empurrões, pontapés, insultos, espalhar histórias humilhantes, mentiras para implicar a vitima a situações vexatórias, inventar apelidos que ferem a dignidade, captar e difundir imagens (inclusive pela internet), ameaças (enviar mensagens, por exemplo), e a exclusão. Entre os meninos, os tipos de vitimação são mais de cunho físico. Já as meninas agressoras costumam espalhar rumores mentirosos, ou ameaçarem e espalharem segredos para causar mal estar. As ameaças podem vir acompanhadas de extorsão, chantagem para obter dinheiro. Tanto vítimas, quanto agressores podem sofrer consequências psicológicas dessa situação de abuso, porém o que normalmente acontece, é que todas as atenções dos responsáveis (pais e professores) se voltem para o agressor, visto como um marginal em potencial, e a vítima é esquecida.

O bullying acontece entre jovens e crianças de todas as classes sociais e não está restrito a nenhum tipo determinado de escola.

IDENTIFICAÇÃO DO BULLYING

É possível identificar bullying por meio da observação e discussão sobre o comportamento dos alunos individualmente, os professores podem identificar os alvos e os agressores. As vítimas são alunos frágeis, que se sentem desiguais ou prejudicados e que dificilmente pedem ajuda. Os agressores normalmente acham que todos devem fazer suas vontades e foram acostumados, por uma educação equivocada, a ser o centro das atenções. São crianças inseguras, que sofrem ou sofreram algum tipo de agressão por parte de adultos. Na realidade, eles repetem um comportamento aprendido de autoridade e pressão. Tanto as vítimas, quanto os agressores necessitam de auxílio e orientação.

PARA EVITAR O BULLYING

Para evitar o bullying é essencial promover a orientação, conscientização e discussão a respeito do assunto. Nem toda briga ou discussão deve ser rotulada como bullying para não se cair no extremo oposto, da tolerância zero. A diferença entre um comportamento aceito e um abuso às vezes é muito tênue. Uma pesquisa feita recentemente em Portugal com 7.000 alunos mostrou que o local mais comum desse tipo de ocorrência são os pátios de recreios (78% dos casos) e os corredores (31,5% dos casos). Locais onde há menos vigilância e as crianças não estão agindo de forma orientada, o que facilita comportamentos inadequados.

ORIENTAÇÃO

Quando identificado um autor e uma vítima, ambos devem ser orientados. O comportamento dos pais diante desse comunicado é muito importante, não se deve cobrar o revide, nem intimidar ou agredir. Evitar comportamentos de violência é imprescindível.

Atitudes como suspender o agressor ou colocá-lo para fora da sala de aula só geram mais violência. No Brasil, não existe uma legislação específica para o bullying. “Para as escolas há uma dificuldade em estabelecer o limite do aceitável e desejável”, (Amaschi).

AGRESSORES, VÍTIMAS E ESPECTADORES

Existem os agressores ativos e os passivos. Os ativos fazem parte do tipo mais comum e geralmente são fortes, hostis, impulsivos, coercitivos, confiantes e demonstram total falta de empatia com suas vítimas. Existem ainda as vítimas-agressivas, são estudantes que sofreram provocações sérias e passam a agredir aqueles que são física ou psicologicamente mais fracos; geralmente são impopulares e tem maior chance de apresentarem ansiedade e depressão. Os provocadores não atacam seus colegas de modo aleatório, ao contrário, tendem a perseguir alguns de maneira sistemática. As pesquisas descrevem diferentes tipos de vítimas: vítima-passiva, vítima-provocativa e a vítima-agressiva. A vítima-passiva não provoca diretamente e faz parte do maior grupo de crianças intimidadas; geralmente são crianças tímidas, ansiosas, medrosas, com autoconceito pobre e com poucos amigos, sendo alvos fáceis para os agressores ativos que detectam facilmente a vulnerabilidade. A vítima-provocativa é aquele estudante que se comporta de maneira a desorganizar a classe: não para quieto, tem comportamento irritadiço, hostil, dominante e agressivo, baixa tolerância à frustração e sente-se rejeitado por outros, com baixa autoestima.

FAMÍLIA E ESCOLA

Pesquisas revelam uma relação significativa entre o “clima familiar” e agressão e vitimização sofrida na escola. De modo geral, adolescentes provenientes de famílias que apresentam clima positivo (alto envolvimento e relacionamento afetivo, regras e limites claros, comunicação positiva, clima conjugal positivo e pais que se apresentam como modelos positivos) envolvem-se menos com bullying. Por outro lado, maior frequência de agressores e de vítimas vem de lares no qual o clima familiar apresenta vários fatores de risco, tais como uso de punição corporal, conflito familiar, abuso verbal, ausência de regras e monitoria, baixo envolvimento e clima conjugal negativo.

Pode-se concluir que os professores e as demais autoridades educacionais estão falhando na identificação do problema. Negar que existe bullying na escola só agrava o problema e multiplica a agressão. Pais de alunos agressores tendem a minimizar os atos violentos de seus filhos ou mesmo justificá-los com argumentos frouxos e descabidos.

CIBERBULLYING OU BULLYING VIRTUAL

Os ataques ocorrem por meio de celulares, filmadoras, máquinas fotográficas, internet e seus recursos (e-mails, sites de relacionamentos, vídeos). Além das difamações serem instantâneas, o efeito multiplicador do sofrimento das vítimas é imensurável, extrapolando os muros das escolas e expõndo a vítima.

DIMINIUIR A VIOLÊNCIA

De nada adianta apenas castigar o autor ou tratá-lo de forma agressiva, é necessário orientá-lo e conscientizá-lo sobre seus atos e formas saudáveis de resolver seus conflitos internos ou com colegas. Outra forma de diminuir esta violência é a prevenção, através de trabalhos de orientação e reflexão sobre o tema, com os alunos e pais incentivando a “não violência” e as vítimas a denunciarem. Os pais também possuem papel importantíssimo na luta contra o bullying, buscando manter uma estrutura familiar equilibrada que privilegie o diálogo e as trocas afetivas no lugar das agressões físicas e/ou morais.

LEGISLAÇÃO

No Brasil, ainda não existe uma legislação especifica para o problema, e muito menos uma estrutura para a conscientização e combate. Recentemente, a deputada estadual Vilma Moreira (PSB) apresentou na Assembleia Legislativa um projeto de lei determinando que haja nas unidades educacionais trabalhos de conscientização com equipes multidisciplinares, com a participação de docentes, alunos, pais e voluntários, para a promoção de atividades didáticas, informativas, orientativas e preventivas quanto ao problema. Projeto este que Infelizmente foi arquivado pela Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia (CCJ).

O QUE EXISTE HOJE PARA RESOLVER O PROBLEMA

Apesar disto as unidades educacionais têm se tornado mais abertas a solucionar problemas dessa natureza. Onde projeto político pedagógico do Estado já contempla instruções de como lidar com esses casos de violência e intimidação entre alunos. Mais que isso: alega que as unidades educacionais têm autonomia para resolver essas questões. O regimento escolar, de forma geral, vem trazendo bases de valorização do ser humano da forma que ele é, com normas de convivência e solução de conflitos. Quando a escola percebe que não tem conseguido resolver sozinha os conflitos existentes, buscam os pais e também orientam a busca por profissionais adequados, como psicólogos, psiquiatras ou neurologistas, visando entender as atitudes dos alunos. Quando essa busca não surte efeito, repassam que são procurados o Conselho Tutelar, a Promotoria da Infância e Juventude ou até o Juizado da Infância e Juventude.

Resumo da obra de mesmo nome do site http://www.cidadeliteratura.com.br

FSantana
Enviado por FSantana em 30/10/2012
Código do texto: T3959618
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