ELEIÇÕES 2014: QUEM TEM CU, TEM MEDO!

* Nadir Silveira Dias

Utilizo-me da expressão conhecida por mim há mais de cinquenta anos e que era usada no âmbito doméstico pela Dona Aydê Pires. E agora, mais do que nunca, a locução se adequa mais que perfeitamente ao que vive o Brasil em 2014. Que vem vivendo nas últimas décadas, e piorando!

E por isso mesmo, há muito venho dizendo que o Brasil vive uma ditadura civil consubstanciada num truculento Estado Tirano de Direito.

Ah! Mas como assim? – Dirão os simpatizantes da situação ou os incautos, absolutamente bafejados pelo populismo do governo da vez.

A ditadura é o regime pelo qual não existe alternativa ou saída para algo diferente do que dita o poder dominante, aquele que detém o cetro, ou a caneta para este ou aquele plano que outra coisa não objetiva senão a manutenção do próprio poder que exerce. E quer continuar a exercer por si mesmo ou por outro integrante qualquer da agremiação.

Ou não será ditadura o arrocho dos Estados-membros pela União por dívida que depois de paga em muitas vezes o valor original ainda deve três a cinco vezes o mesmo valor original?

Não será ditadura o regime federativo (Que federativo não é!) que retira toda e qualquer possibilidade de autonomia dos Estados-membros?

Não será ditadura a União recolher quase setenta por cento (70%) dos tributos arrecadados no País, restando cerca de vinte e cinco por cento (25%) para todos os Estados-membros e os restantes cerca de cinco por cento (5%) para quase seis mil municípios brasileiros?

E por que Estado Tirano de Direito? Ora, porque não há violência, não há revolução. Existe ação do governo para o submetimento da sociedade, existe ação do governo para submetimento da cidadania.

A violência que existe é a violência jurídica contra o cidadão que tudo paga, pois tudo que o governo da vez faz, está devida e juridicamente aprovado pelo Poder Legislativo.

Exemplo típico é o rigor legal sobre o cidadão que tudo paga. A começar pela Receita Federal, pelo Poder Fiscal e pelo Poder Financeiro e Econômico chancelado pelo Governo da vez. Quem sempre tem razão é um desses entes. E nunca o cidadão!

E também tenho afirmado que é muito e muito difícil mudar esse quadro, pois a incorreta e indevida transferência de renda tem comprovado em outros países e aqui no Brasil da mesma forma que a única transferência digna de renda é o investimento em novos e novos postos de trabalho.

Nunca em bolsas e bolsas e bolsas para quem não trabalha e é estimulado a não trabalhar pela concessão dessas bolsas. Ainda e porque descontenta quem paga, além de não proporcionar aprendizado a quem precisa saber mais para obter trabalho ou melhores postos de trabalho.

Nesse quadro, o pior é quando se vê aplicado o antigo ditado que constitui o título desse trabalho. Sim, pois os beneficiados das bolsas são cerca de treze milhões de famílias, ou não menos do que quarenta milhões de votos.

Em razão disso tudo, torna-se claro e facilmente constatável que fica muito difícil para qualquer oposição superar esses votos que detém o governo da vez.

Por isso, o candidato da situação que inicia com essa vantagem de quarenta milhões de votos, dificilmente será superado.

A não ser pela superlativa, pela avantajada compreensão daqueles que não integram essa população de quarenta milhões de votos das bolsas! Você decide!

02.10.2014 - 14h00min

* Jurista, Escritor e Jornalista – nadirsdias@yahoo.com.br

Nadir Silveira Dias
Enviado por Nadir Silveira Dias em 02/10/2014
Reeditado em 08/10/2014
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