NÚMEROS NÃO MENTEM JAMAIS

* Nadir Silveira Dias

Foram-se as eleições de 2014. Ficaram os seus números. E números não mentem jamais. Mas muita atenção. Refiro-me a números reais, absolutos, e interpretados sem sofismas, sem malabarismos, sem malícia. Assim como faziam os seus criadores, os árabes, com sua multimilenar ciência e cultura.

Vivemos uma situação muito perversa há muito tempo. E para quem pensa direito o seu país não pode haver vontade maior do que querer ver tudo fluindo melhor e sempre mais coerentemente.

E os números? São eles de 142.822.046, cento e quarenta e dois milhões, e oitocentos e vinte e dois mil e quarenta e seis votantes aptos a votar nas eleições de 2014. Vale dizer, o número que compõe o colégio eleitoral.

Fixando-me apenas nos números da majoritária presidencial, foram 54.499.901 (Cinquenta e quatro milhões e quatrocentos e noventa e nove mil e novecentos e um) votos para a candidata da situação, que representa 51,64% dos votos válidos, e 51.041.010 (Cinquenta e um milhões e quarenta e um mil e dez) votos para o candidato da oposição, ou 48,36% dos votos válidos.

Pois bem, mas e os outros votos do colégio eleitoral? Ah! Sim. Diminuindo os votos que receberam ambos os candidatos resta o absurdo de mais de trinta e sete milhões de votos entre abstenções, a maioria com cerca de trinta milhões de votos, votos brancos e votos nulos. Ou exatos 37.281.135 (Trinta e sete milhões e duzentos e oitenta e um mil e cento e trinta e cinco) votos, num percentual de quase 27%, de votos não validados pelos brasileiros.

E esses votos não validados correspondem a 68,41% dos votos da candidata eleita e a 73,04 % dos votos recebidos pelo candidato opositor.

Num quadro assim é impossível não lembrar dos regimes totalitários que vigeram e ainda vigem no mundo. Sim, porque a atual mandatária integra agremiação que alcança dezesseis anos no governo com o mandato ora conquistado nestas eleições de 2014 e o ex-presidente de quem foi vice no mandato anterior ao que se conclui já se manifesta publicamente para se eleger em 2018.

Ah! Certamente você também sabe que são mais de treze milhões de famílias cadastradas no Cadastro Único que recebem recursos dos diversos programas governamentais, entre eles o Programa Bolsa Família, ou cerca de quarenta milhões de almas que bem podem votar na situação que as mantêm.

E essas bolsas e esses programas todos são pagos com recursos extraídos dos tributos que pagamos todos nós outros que não recebemos recursos desses programas. Para nós sobra somente o rigor da Receita Federal, do Poder Fiscal e do Poder Financeiro e Econômico chancelado pelo Governo da vez. E sem reclamos, pois a dedução é feita antes de recebermos.

Nós que pagamos esses programas certamente integramos o contingente de mais de cinquenta e um milhões de votos que não está de acordo com isso. E pela simples razão de entendermos que a única coisa que funciona para fazer o bem comum do povo é investir e investir para que todos tenham trabalho digno de bem manter-se a sim mesmo e a família, aliás, como manda a Constituição Federal.

28.10.2014 - 10h40min

* Jurista, Escritor e Jornalista – nadirsdias#yahoo.com.br

Nadir Silveira Dias
Enviado por Nadir Silveira Dias em 01/11/2014
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