ACESSO A JUSTIÇA: UMA QUESTÃO DE ORDEM

Em dias atuais, não é difícil escutar nas esquinas da vida que " a justiça não é justa e só favorece os mais ricos". "Aquela que subtrai um pacote de biscoito para aliviar a fome de cinco filhos, desempregada, coitada, vai pra cadeia...aquele que rouba milhões, esquentando as cadeiras do Congresso Nacional estão nas ruas"...

Pode parecer pessimista o relato acima, mas é a crua realidade acerca do Judiciário. Há uma diversidade de tratamentos, excessos de procedimentos para uns e pinceladas para outros...acesso à justiça... só em livros, por enquanto.

Apesar dos esforços, da atividade já reconhecida dos Juizados Especiais, das Câmaras de Mediação, há muito por ser fazer e poucos Operadores do Direito dispostos a arregaçar as mangas e fazer valer o seu belo juramento de colação do grau de Bacharel...

Observe as Defensorias lotadas, os Núcleos de Estágios das Faculdades explodindo e a Justiça como sempre enxergando muito bem e lenta.

Culpar "A" e "B" ou o "sistema" é muito fácil, mas assumir a culpa é um pouco doloroso e pode custar "cabeças" num Poder tão contubado.

Só resta lançar as fichas e os olhares, sem querer apostas nos novos juristas, que a cada ano são despejados aos milhares pelas diversas faculdades de Direito que existem no Brasil quase como farmácias. Há muitos Bacharéis, mas preparados para enfrentar a demanda que os espera...

Preparação no sentido ético e crítico. Não meramente técnico, mas humano, cultural. As faculdades treinam seus alunos para concursos e não para a vida. A vida é um novo curso de Direito que rende, em muito caso, a reputação do neo-bacharel.

Pode-se concluir facilmente, que a lama da crise se estende até a raíz...vai ao caule e atinge as folhas e os frustos.

E a população, principalmente a mais carente de pão e conhecimento de seus direitos, a mercê de um Direito juspolítico, interesseiro, ainda de poucos...até quando????