AS QUADRILHAS SE AGRUPAM!

AS QUADRILHAS SE AGRUPAM

Uma onda de crimes invadiu o país de norte a sul e de este a oeste, quadrilhas eram aglutinadas da noite para o dia, arrebanhando os bandos e “tribos” dos arrabaldes das grandes cidades, em cada uma delas um “chefe”, de “celular” nas mãos, se comunicava com o outro em um bairro diferente de seu domínio. Às armas, inclusive de grande porte e potência, eram mostrada ostensivamente sob os olhares do público que “via sem ver” e “sem saber, querer ou poder”, limitando-se a passar pelos bandidos sem os encarar com um medo terrível de represálias violentíssimas. Os quadrilheiros decretaram a extinção das testemunhas, tornando-as mudas apesar da “fala” ser fluente para outros assuntos a não ser os crimes vistos por elas, denunciar um crime, mesmo sendo vítima, seria punido com outro crime mais violento e até a morte material e física, muita das vezes, desnecessárias.

Lojas e fábricas eram fechadas de uma hora para outra à critério das quadrilhas com a desculpa pueril de não admitir no local um empresário melhor sucedido do que eles ou, simplesmente, para terem uma melhor linha de visão de determinada área, onde, até residências eram “arrestadas” e desocupada ao bel-prazer do chefe da quadrilha ou bando.

–O governo?

Estudando e esperando.

–A policia?

Aguardando e fazendo planos.

–A população ordeira?

Rezando, orando e... Sofrendo!

–As leis?...Só atuando contra os que, por fragilidade dolosa, ou não, cometeu crimes sem ter uma defesa boa, retaguarda financeira ou erudita.

Pouco a pouco as quadrilhas foram se organizando e aliciando pessoas fracas de moral, mas, com tirocínio escolar e QI elevado, era o “coroamento do mal” sendo anexado às “coroas do saber e da inteligência”, onde o plano criminoso seria estudado com riquezas de detalhes técnicos, tendo na vanguarda braços armados com armamentos pesados manejados pelos “expurgos” que só serviam para aparar as arestas dos “entraves dos crimes” sem discutir os meios e os modos interessados apenas no fim planejados pelo corpo ou retaguarda sob o comando dos “chefes”.

À medida que a modernidade e o desenvolvimento foi se acercando da população de classe intermediária, passando pela média e elite social, os bandidos organizados e orientados pelos seus cúmplices mais capazes, passaram a acenar com outras armas, talvez mais potentes do que as de fogo, denominadas de suborno e persuasão com foco direto para os políticos, policiais, judiciário, legislativo e até os eclesiásticos, quando, então, sem feri-los , enchia-lhes os bolsos com moeda corrente e vultuosa para a simples barganha de “nada ver, nada fazer, nada impedir e nada... acontecer!” em contrapartida, ajudando nos seqüentes crimes, cada vez mais bárbaros, dos, assim, corruptores, tal “arma” não foi dirigida para a classe paupérrima dos “quinzenais do salário mínimo”, pessoas essas que vegetam quinze dias por mês à procura do que comer e beber em razão do salário, quando o recebem integral, não lhes dar a subsistência por mais de uma quinzena mensal, Eles são dispensáveis e descartáveis para às quadrilhas que não se interessam por migalhas de quem vive na carência de tudo, todavia, tal classe tem um peso que vem sendo relegado pelos bandidos que só a considera em termos financeiros rastejantes ou, simplesmente, como tendo apenas o “peso do número”

Há muito mais pessoas carentes no país e até no mundo do que os privilegiados de fortuna, qualquer que sejam eles, até dos que “vivem” da rapina! Não se devem desprezar os números, eles são seqüenciais e... Infinitos! Se reunidos, eles vão interligando, lado a lado, em “fila indiana” e ultrapassando em muito os de menor potência de valor individual. Dentre os “quinzenais” existe todos os tipos de seres humanos numa miscelânea de religiões, profissões, estados civis, cores, moral ilibada e anormal, boa e má, todavia... Todos deserdados da fortuna e da partilha! Os seus conceitos de inteligência estão absorvidos pelas agruras, contudo, no meio deles, embora entorpecidos, há alguns de “QI” especiais precisando apenas de uma faísca para vir à claridade e mudar-lhes o “modus-vivendi”.

Desinteressados, as quadrilhas nada tendo a explorá-los age com ele como o Estado sempre atuou: ignorando-os totalmente.

Os poderes do Estado, passo a passo e com honrosas exceções, foram minados pelas armas da corrupção e do suborno. Altas patentes, governantes magistrados, doutorados etc. eles foram, em grande número, sendo amealhados pelo persuasivo poder do dinheiro fácil com a recíproca apenas do nada efetuar para o combate ao crime organizado, não satisfeito com essa infame adesão, os “pensantes” das quadrilhas passaram a convencer e a contar com os novos graduados, menos famosos, dirigentes neófitos, mas, atuantes e na linha de frente do combate ao crime colidindo com o “braço armado” dos marginais, às vezes, sem nem saberem da conivência dos chefes de ambos os lados e, quase sempre, traindo o colega ao seu lado desconhecedor da alienação covarde e desleal.

Diariamente, fortunas mudam de mãos e... Mais fábricas e comércio são fechados! Os próprios fiscais recebem uma leva enorme de dinheiro das quadrilhas mais proeminentes e dos corrompidos de maior grau de comando e escolaridade. No meio, os “quinzenais” vão se reproduzindo e aumentando de número, acrescidos pelos “dilapidados” financeiramente pelas quadrilhas.

Um poder infinitamente maior a tudo observa e... Permite!

O plano de Deus não tem gestores, orientadores ou sócios, Ele o elaborou e continua dando o livre arbítrio aos bons e aos maus, só a sua criação poderá tomar o lado da “gangorra” perdendo-a para o “bem” ou para o “mal”, quando intervém, é apenas para “pescar” alguns para si ou para a “cremalheira eterna onde só haverá rangeres de dentes”, todavia, escolher o modo de vida é sempre nosso!

Debaixo do sol nada ficará escondido eternamente e ninguém conseguirá “enganar a todos por muito tempo”. Além disso, a somatória do “mal” se destruirá por si própria se for coletando a “torto e a direito” os seus adeptos ou simpatizantes voluntários ou selecionados, isso ocorrendo, acabará eletrocutada pelo curto-circuito das ambições de dinheiro e poder na divisão do bem alheio ou na “fogueira da vaidade” dos muitos chefes de várias quadrilhas. A cada seqüestro, roubo, assassinato, tráfico de drogas e armas, latrocínios etc., as vítimas ou os seus familiares, vão acrescendo o número dos “Quinzenais do salário mínimo”, os bandidos acabarão tendo os seus poderes limitados, não pelas forças de separação mas, pelos avolumados números dos “Quinzenais”, estes, miseravelmente famintos e desconexos, coxos de suas capacidades de embates contra as poderosas armas dos opressores.

É quase o momento da chegada da faísca...

SEGURANÇA PÚBLICA EM DECLÍNIO!

Minas Gerais é o paraíso do universo e a caixa d’água potável do Brasil, o seu clima é de estações definidas e brandura quase angelical, o inverno é ameno e o verão... Também! O seu povo é pacífico, considerado de minoria heterodoxa, não é de muita miscelânea populacional de outros estados da federação, a discriminação racial quase não existe, há ricos, porém, a maioria da população é pobre e... Ordeira! O estado tem vários rios e muitas montanhas e altiplanos, às suas florestas, em sua maioria, são seculares, o seu subsolo é abarrotado de minerais, tem a melhor polícia do país, disciplinada e... Disciplinadora! Com a sua maioria impoluta e atuante, no entanto...

Às quadrilhas estão chegando e “batendo forte” trazendo às suas armas e subornos em riste!

Os menos afortunados financeiramente, em razão de tal ameaça, começam a, também, nada ver e nada dizer! Estão a caminho de se transformarem em testemunhas mudas: As balas também ferem e matam aos Mineiros!. Os policiais da capital e das cidades de grande porte estão na linha de frente em combate diuturno e desigual com as quadrilhas que, a cada dia, apresentam-se mais organizadas, armadas e “cativando” os “menos bons” com subornos variáveis em seus valores e dependendo da posição do subornado em potencial e do “serviço” criminoso a ser praticado pelos seus “braços” obtusos, porém, “arrecadantes” e obedientes ao máximo por terem, constantemente, uma “espada de Demoscle” sobre às suas manoplas e cabeças que, jamais, admite o fracasso ou o “surrupiar dos espólios das vítimas”. Os “chefes” se infiltravam na sociedade de consumo desligada da verdadeira sociedade que é a ilibada moralmente. As viaturas, armamentos e aprestos dos policiais em geral, são sucatas se comparadas aos das quadrilhas que, para atuarem, se locupletam nababescamente nos arsenais das suas vítimas milionárias presas fáceis dos chefes, “pensantes”, e do braço armado daquelas organizações criminosas.

Nas cidades menores e no interior, os policiais ainda tinham uma folga maior no entrevero com os bandos criminosos de pouco efetivos e “cérebros” organizacionais, tais policiais tinham às suas folgas, inclusive em serviços de clubes, esportes em geral e até guarnições de presídios ou cadeias. Todavia...

As quadrilhas das capitais e das metrópoles começaram a elaborar planos para ocuparem o interior, com os seus agentes sendo orientados pelos de QI maior, ou os “Pensantes” para tais misteres.

Enquanto as policias Civil e militar tinham os seus quadros de polícia reservada (P/2 e Coseg), as quadrilhas mantinham em seu meio as suas ações públicas histéricas, tendo por baluarte o terror e o silêncio das testemunhas, num país em que o policial é vetado como testemunha.

No princípio da invasão ao interior, por parte dos comandos do crime, ela se deu apenas com esporádicos furtos e roubos diversificados contra às pessoas, veículos e residências, distribuições de pequenas quantidades de drogas disfarçadas em seqüências bailes e entretenimento do público, não no sentido de lazer e, sim, do ajuntamento de pessoas, principalmente os jovens, em determinadas áreas e de fácil submissão aos acenos do convencimento ao crime pelos “pensantes” das quadrilhas. Essa posse foi, paulatinamente, num crescente constante, de pequeno fruto transformaram-se em assalto até aos bancos, delegacias ou postos policiais; do assalto foram para o latrocínio e seqüestro; de pequenas doses de “maconha” passaram a fornecer, a preço de ouro, craque e cocaína acrescida de tráfico de armas e de “influência”, a principio arrastando os de menos condição social e de comando, com a proliferação do mal sendo emergente, à arma da corrupção e do suborno chegou até a classe média e alta, tanto da sociedade quanto de quem tem a missão de combater o crime, principalmente o organizado. O interior passou a ser um alimento das metrópoles e área de treinamento dos braços armados das quadrilhas das grandes cidades, além de ponto de “escape” dos quadrilheiros que, porventura, ficassem “marcados” pelos policiais honestos dos grandes centros, bem como uma espécie de local de complementação das bolsas acumuladoras de riquezas apropriadas das vítimas: se faltava dinheiro, os “pensantes” mandavam alguns braços armados mais incompetentes e parvos até uma cidadezinha e... Um banco era assaltado e o dinheiro encaminhado ao “chefe”! Com a devastadora ação das quadrilhas e as inconseqüentes impunidades sempre desculpadas com a “falta de efetivo”, “deficiência ou falta de presídios”, “os códigos penais civis” e a “justiça atravancada de processos”, paralelamente, outros crimes hediondos foram tomando força e também crescendo.

Os infames delitos de pedofilia, estupros, seqüestros, raptos, estelionato e, muitos outros que, apesar de não fazerem, normalmente, parte das quadrilhas, enlameou e espoliou as vítimas, geralmente indefesas ou menores, somando-se a isso, os “covardes e ambiciosos receptadores de plantão”.

A faísca está para receber um impulso condizente ao seu desabrochar de “fogo”!...

Ao contrário das chamas, que precisam de material combustível para o seu apogeu, a faísca, referida, só se acenderá quando houver a aridez dos poderes governamentais e a ausência de material a ser surrupiado das incautas vítimas e razão da máxima: “de quem tudo tem fica sem ter ou de quem tirar!” ou, não havendo o equilíbrio do bem, o mal se deteriora e se entredevora não seu próprio cupidez ambicioso.

Fica a pergunta: não havendo o combate ao crime organizado, ou ele mesmo se extinguindo se entredevorando, qual a razão de combatê-lo colocando em risco de morte os agentes do bem?

Duas coisas justificam o combate ao mal e, por via de conseqüência, ao crime organizado com os seus “braços armados, pensantes” e chefes, a primeira, é a conservação das coisas, vidas e bem materiais amealhados, na maioria das vezes, com o “suor de nossos rostos” ou dos nossos antepassados diretos, a segunda, é a defesa dos “quinzenais do salário mínimo”, agora acrescido dos espoliados das classes mais “altas”, cujas “ordas desconexas e sem lideranças” se batem e rebatem nas arestas do mal sem, contudo, poder ou saber se defenderem, apesar do número bem maior do que o das quadrilhas, ficando apenas como vítimas e... Testemunhas amordaçadas!

A faísca virá dos “quinzenais” e, quando eles tiverem a consciência dos seus elevados “QI” amortecidos, serão delivranceados do tegumento e surgirão em luz! À sua faísca irá abrindo clareiras nas “selvas do mal” transformando a aridez que estavam neles inseridos em lacunas cada vez maiores no seio das quadrilhas que os sitiavam ostensivamente e diuturnamente.

A maior dificuldade será a reunião das faíscas para uma ação mais eficaz e saneadora contra o aglutinado conjunto dos bandos, tribos e quadrilhas, inclusive do “colarinho branco”. A fraqueza física e financeira é o maior impasse e mordaça da latente faísca a reduzindo a um mínimo elo de uma corrente fraca por natureza, se esse elo se fortalecer ele destruirá os outros mais fracos e toda a corrente, que nada retém, pelo contrário, corre de tudo e de todos com os “estômagos colados às costas” pela fome e a miséria, se o elo se destacar por demais poderá, antes do tempo, ser sancionado pelos “pensantes” das quadrilhas e terá por moradia um túmulo qualquer sem lápide ou exéquias.

Então a faísca já nasce morta?

Não! Ela tem algo que a protege e eleva:

A inteligência nata e sublime, fruto de um elevado “QI” não sabatinado nem modelado pelos Bons, Maus ou os corrompidos! Essa inteligência vai se amadurecendo aprendendo ao redor com os “quinzenais” nas suas falhas, mudez e fugas e com as quadrilhas com suas ambições, apropriações, devassidões e malvadezas, como a faísca ainda esta latente, os seus neurônios vão recebendo as informações, às compilando, catalogando e... Aguardando!

(aa.) Sebastião Antônio BARACHO.

conanbaracho@uol.com.br

Sebastião Antônio Baracho Baracho
Enviado por Sebastião Antônio Baracho Baracho em 11/09/2007
Código do texto: T647926