EMÍLIO E A BATATA
Na fazenda Santa Cecília
O Zé Pedro era o dono,
Havia um tal de Benedito
Que era um de seus colonos.
A esposa do fazendeiro,
Deu a luz a um filho,
O pai registrou o garoto,
Como o nome de Emílio.
Dias depois, a esposa do colono,
Também teve uma linda filha,
Morena, cor de brasa apagada,
Era uma verdadeira maravilha.
Ele também foi registrar a garota,
A esposa falou para o Benedito:
"Olha que nossa garota merece
Um nome bem bonito,
Ele respondeu: "Chá" comigo né!
Na cidade procurou logo o tabelião
Assentou-se na poltrona,
A mando do escrivão.
O escrivão disse: - As ordens meu amigo,
Ele disse: O patrão registrou o seu neném,
E eu vim aqui para o mesmo,
Quero registrar minha garota também.
Ai o escrivão disse: Por favor,
Diga o nome e também a data
Bem a garota nasceu em dois de maio,
E o nome vai ser BATATA.
Então o escrivão falou pra ele,
Batata, meu amigo, não é nome,
Não podemos registar uma criança,
Com o nome de um cereal que se come.
Ai o Benedito respondeu:
Não pode porque, É filho de pobre?
Mas é permitido quando se trata,
De filhos de famílias nobres.
O patrão registrou o nome de MILHO,
Do milho se come angu, mingau e papa,,
Mas eu além de pobre sou analfabeto,
E ainda minha filha é mulata.
Se fosse meu patrão, o Senhor registrava,
Até com o nome de NABO, BETERRABA,
MANGA, TANGIRINA, LIMÃO, PERA,
CARAMBOLA, PÊSSEGO, e até JABUTICABA.
Já que como BATRATA não registrava,
Vou ver se o padre quer batizar,
Mas o nome vai ser mesmo BATATA,
Quero só ver quem vai tirar.