1919-TROVADOR ADELMAR TAVARES NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS-(Parte 8)-Entrevistada: Sílvia Araújo Motta

1919-TROVADOR ADELMAR TAVARES

NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS-(Parte 8)-Entrevistada: Sílvia Araújo Motta

JCultural:Quem foi Adelmar Tavares?

1-Na ABL há uma Cadeira

só para o REI TROVADOR,

para nós, sempre a primeira,

para Adelmar, o louvor:

(Eleito em 25-03-1926,

Cadeira 11 na ABL:

Sucessor de João Luiz Alves:

Recebido por Laudelino Freire.)

2-Adelmar Tavares quis

fazer TROVA e ensinar

que numa estrofe feliz

cabe o céu, a terra e o mar.

3-Quisera ter conhecido

o Acadêmico Adelmar,

o Brasil ficou sentido,

quando morreu a reinar.

4-Nosso imortal Ademar

Tavares, um Trovador,

na ABL a discursar

deu à TROVA seu valor.

5-“Adel” Tavares Nasceu (1888)

Dezesseis de fevereiro

Em Recife, mas morreu

Lá no Rio de Janeiro.(20-6-63)

6-Dezenove anos contados,

publicou trovas: “Descantes”

o “primeiro” publicado (1907)

no Brasil, com quaro autores.

7-Advogado de valor,

Prof. em Direito Penal,

um Adjunto Promotor,

Magistrado sem igual.

8-Dos Órfãos foi Curador,

de Jornais, bom Redator,

Testamentos...Curador,

DF/Desembargador.

9-Adelmar foi Presidente

no Tribunal de Justiça,

o TROVADOR expoente

no Brasil tem referência.

10-Nas belas publicações,

para o Brasil que comprova,

por suas ricas lições

ADELMAR é o “Rei da Trova.”

Trovas de Adelmar Tavares:

"Nem sempre com quatro versos

setissílabos, a gente

consegue fazer a trova;

faz quatro versos, somente."

“Ó linda Trova perfeita,

que nos dá tanto prazer.

Tão fácil depois de feita,

tão difícil de fazer.”

“Minha Mãe, minha velhinha,

Deus te abençoe, e acompanhe,

porque uma Mãe neste mundo,

quanto mais velha, mais Mãe.”

“Não sei porque, quando canto,

por mais alegre a canção,

tem uma gota de pranto

que vem do meu coração.”

“Amar é obra perdida

mas, que dissessem, queria,

se não fosse amar na vida,

a vida, que valeria?!”

“As penas em que hoje estou,

disse-as ao Sol, - fez-se triste.

Disse-as à Noite, - chorou...

Disse-as a ti, e sorriste...”

“Não lamento a minha lida,

nem, pobre, choro os meus ais.

Quem tem um amor na vida,

tem tudo! Para que mais?”

“Vou vivendo a minha vida,

como Deus quer e consente.

- Sou como a folha caída,

levada pela corrente.”

“Trovas, - cantiga do povo,

alma ingênua dos caminhos,

de lavradores, cigarras,

mulheres, e passarinhos...”

“Para esquecer-te, outras amo,

mas vejo, por meu castigo,

que qualquer outra que eu ame,

parece sempre contigo...”

“Para de amor cantar mágoas,

foi que se fez o violão,

que a gente aperta no peito,

e encosta no coração...”

“Só peço o dia em que eu morra

faça uma noite de lua,

todo troveiro descante,

todo violão saia à rua.”

“Quando eu morrer, levo à cova,

dentro do meu coração,

o suspiro de uma trova

e o gemer de um violão...”

“A morte não é tristeza,

é fim... É destinação...

Tristeza é ficar na vida

depois que os sonhos se vão...”

“Depois de mandar-te embora

foi que - cego! - percebi,

que eras a felicidade

que eu tinha em mãos, e perdi.”

“Bem sei que amar custa muito,

custa a vida querer bem,

mas custa o dobro da vida,

na vida não ter ninguém.”

“Para definir o Poeta,

só mesmo em versos defino.

- É um homem que fica velho,

com o coração de menino...”

(Poesias completas, 1958.)

Referência biográfica:

Membro da Sociedade Brasileira de Criminologia,

do Instituto dos Advogados,

da Academia Brasileira de Belas Artes,

membro e patrono da Academia Brasileira de Trovas.

Foi presidente da Academia Brasileira de Letras, em 1948.

Bibliografia de Adelmar Tavares:

Descantes, trovas (1907);

Trovas e trovadores, conferência (1910);

Luz dos meus olhos, Myriam, poesia (1912);

A poesia das violas, poesia (1921);

Noite cheia de estrelas, poesia (1925);

A linda mentira, prosa (1926);

Poesias (1929); Trovas (1931);

O caminho enluarado, poesia (1932);

A luz do altar, poesia (1934);

Poesias escolhidas (1946);

Poesias completas (1958).

Escreveu também várias obras jurídicas,

entre as quais Sobre a história do fideicomisso;

Do homicídio eutanásico ou suplicado;

Do direito criminal;

O desajustamento do delinqüente à profissão.

http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=1481

http://www.recantodasletras.com.br/autores/silviaraujomotta

http://clubedalinguaport.blogspot.com/

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Silvia Araujo Motta
Enviado por Silvia Araujo Motta em 08/08/2008
Reeditado em 15/08/2008
Código do texto: T1118689
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