A mão e a manivela

Penso nas curvas do espaço

no lado escuro da lua;

penso no verso que eu faço

antes que o tempo o destrua...

Minha mão na manivela

tira água lá do poço;

que absorvo pela goela

grande abismo do pescoço...

Penso os passos que eu dei

no encalço do destino;

penso em ti que desejei

com tamanho desatino...

Minha mão na manivela

dando corda na vitrola;

Sabiá lá na cancela

olha triste e cantarola...

Penso o brilho lá do sol

apagando o meu sonhar;

penso em ti como um farol

sob a lua a enluarar...

Minha mão na manivela

faz a ponta num grafite;

que desenha uma janela

devassando-te Afrodite...

Penso um beijo já roubado

quando menos esperares;

penso o encontro já marcado

entre os versos e os olhares...

Minha mão na manivela

traz pra mim outra sereia;

tão faceira -mais que bela-

que a mim me saboreia...

Minha amiga Ana Átman, ajudando a rodar a manivela..rsrs

Tua mão na manivela

vai rodando o molinete

iscas sereia mais bela

para ter o teu deleite

Com água fresca na goela

sem lugar para as ariscas

quem te ama se arrisca

quem quiser que te aproveite

Aimberê Engel Macedo
Enviado por Aimberê Engel Macedo em 15/10/2008
Reeditado em 17/10/2008
Código do texto: T1229765
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