O prazer da mesmice

Que pobreza é assistir

sempre a mesma lengalenga

a palavra que ao fluir

mais parece a velha quenga...

...que no quarto tira a roupa

sem que haja novidade;

do prazer que assim nos poupa

de inflamar nossa vontade.

Que tristeza que é ouvir

sempre a mesma baboseira;

a palavra que ao fluir

mais parece um fim de feira...

...tantos restos na sacola

para um sonho alimentar

mas com verso meia sola

sem saber se renovar.

A pobreza me comove

mesmo quando eu me lasco;

a riqueza é o que me move

pra subir nesse penhasco...

...não me venha com mesmice

atolado nesse barro;

ao invés de veja, visse

ao invés de abraço, agarro!

Aimberê Engel Macedo
Enviado por Aimberê Engel Macedo em 16/10/2008
Reeditado em 25/10/2008
Código do texto: T1230954
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