REFÉNS DA VAIDADE

E...andando pela vida.

deparei com a vaidade,

nas vitrines das esquinas...

nos primórdios da "viagem".

Conheci tua plena infância,

num sorriso disfarçado,

aprendendo a caminhar

num precoce aprendizado!

De hábito cosmopolita,

pelos becos da cidade...

eu a vi de cara altiva,

sem enxergar a realidade!

Sempre muito estimulada,

A todos quer habitar,

nos casébres, nas calçadas,

no palácio singular.

E mesmo bem disfarçada...

nos caminhos mais diversos,

eu a vi transfigurada,

No rosto do universo.

Eu a vi tão imponente!

exaltada num altar,

a sorrir de toda gente...

sem ao menos se enxergar!

Eu a vi ao pé do leito...

Morimbunda...a morrer!

mas vaidade não tem jeito,

Sempre a sobreviver.

A senti agonizante...

quase eu pude festejar!

mas seu jeito horripilante

eu o vi ressuscitar.

Ah, vaidade envaidecida,

Tu não perdoas ninguém,

tua origem ensandecida

sempre a procurar refém!

Ah vaidade, tão vaidosa!

vê se presta atenção...

teu altar... é teu sepúlcro!,

tua plena escuridão!