GLOSA
O POETA
Tomado por ânsia extrema,
o canoeiro atravessa
a ponte do seu dilema;
martírio de uma promessa.
Driblando as forças do vento,
o poeta o peito escalavra,
arranca, nesse tormento,
forças para a sua lavra.
Sabe ele montar esquema:
Prepara a terra do amor
e deita o grão do poema,
colhendo um jardim em flor.
Troca o mar pela poesia,
a nova terra ele lavra
e encerra sua agonia
no fértil chão da palavra.
MOTE:
Antonio Juraci Siqueira/Belém
“Tomado por ânsia extrema,
o poeta o peito escalavra
e deita o grão do poema
no fértil chão da palavra.”