ARIADNE

ARIADNE

Após Teseu se tornar candidato

Para adentrar o famoso labirinto,

Foi a Delfos ver o Oráculo distinto,

Que lhe predisse enigmático fato:

“No labirinto, só há uma saída segura.

Para que tu não encontres a morte,

Só tendo a merecida e divina sorte:

O vero amor é o oposto da clausura”.

Teseu refletiu e aceitou o desafio.

Sete moços e sete moças de Atenas

Servirem periodicamente apenas

Para satisfazer a fome do ímpio

Era, além de moralmente humilhante,

Um castigo vingativo e inaceitável:

“Acabar com esse ser abominável

É meu maior dever neste instante”.

Afinal, Atenas não podia ela sofrer

Pela traição de Pasifae com um touro.

Nem lhe exigiram pagamento em ouro,

Mas entregar a juventude para morrer!

Formosa filha de Minos, rei de Creta,

Irmã do Minotauro, filhos de Pasifae,

Ameaçada e perseguida pelo pai,

Toma decisão firme mas direta:

Ariadne pelo ateniense se encanta

E promete ajudá-lo com condição:

Que a levasse a Atenas, em união,

Para fugir do pai, que tanto a espanta.

Teseu aceita e ela lhe dá um novelo,

Orientada por Dédalo, o arquiteto.

O herói adentra o labirinto, inquieto,

Mas cumpre sua missão com desvelo:

Com sua clava, de forma impiedosa,

Soca a cabeça do monstro irascível,

E destrói, com voluntariedade incrível,

O ser híbrido com sua arma poderosa.

Tomando o cordão de forte linha,

Nosso herói busca pela única saída.

Decidido e pronto para a partida,

Na direção de Atenas caminha.

Leva consigo a generosa apaixonada

E descansam na bela ilha de Naxos.

Ela dorme, ele lhe acaricia os cachos

E abandona-a em fuga bem propalada.

Dela penalizada, a deusa do amor,

Vênus, promete-lhe amor imortal,

Para superar o do ingrato mortal:

Baco desposa-a e apaga-lhe a dor.

Como valoroso nupcial presente,

Deu-lhe preciosa coroa de ouro.

No Olimpo, sem nenhum desdouro,

Viveu alegre, muito feliz e contente.

Após sua morte, a coroa foi colocada

No céu, espalhando-se pelo espaço

Celeste como um fulgurante laço,

Em cintilante constelação transformada.

Prof. Leo Ricino

Dezembro de 2009

Recomendo a leitura da história de Teseu e sua façanha contra o minotauro.

Leo Ricino
Enviado por Leo Ricino em 14/08/2010
Reeditado em 04/12/2010
Código do texto: T2438053