negrinho querubin

Ébano bonequinho nasceu com alegria
Anjinhho,negrinho querubin inocente
Do mundo vil,excluído ,pobre,não sabia
Que ,por sua pele escura não era gente

Brincou,cresceu pelos becos dos morros
Soltando pandorgas,alçou as alturas
Mas,terminou,exangue encima dos forros
Pobre saci anti herói de triste aventura

Condenado foi,quando,ainda negro feto
Sem culpas,há de ser,mesmo assim...
Mendigava,suplicante,migalhas de afeto
Tamanha ousadia praticara ,negrinho querubin...

Sobre as telhas quebradas,contemplo seu sangue
Mesmo fluido ,cuja rubra cor iguala ao meu
Sinto-me,agora, qual pobre erva do mangue
A infame vergonha de quem não lhe acolheu


ps.caminhando pelas ruas de nossa cidade,quem não presenciou a cena de
um pequenino,negrinho,risonho ,feliz,no seio de sua familia,da
"escadinha' de crianças,que a semelhança de uma fila cruel,aguardam
seus trágicos destinos